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Marley & Eu ensina sobre o amor incondicional de quatro patas


Me recuso a chamar esse texto de resenha, porque de fato não é, muito menos escrever uma dita resenha sobre Marley & Eu: não consigo me colocar como crítica imparcial e impessoal a respeito de um livro tão sentimental e tocante como este. Não o li fazendo análises minuciosas ou pensando em um tema para abordar, apenas o li como nunca antes havia lido algum outro livro, me imaginando não somente no lugar de John e minha pequena Belinha como Marley, mas imaginando a minha vida a partir dos acontecimentos narrados no livro, o que torna a experiência duplamente enternecedora e com o dobro de lágrimas.

Marley & Eu conta a história de como John e Jenny, um casal recém-casado, resolvem adicionar a suas vidas um pequeno de quatro patas para testar seus talentos maternos/paternos e poder viver novamente os bons momentos que passaram em sua infância, quando tinham animais de estimação em sua casa, mas agora sob os cuidados deles mesmos, e não mais de seus pais.


Após escolherem o pequeno Marley dentro de uma ninhada inteira que havia nascido em uma fazenda, suas vidas mudam para sempre, mas isso não significam que as coisas tenham sido fáceis. Embora Maley seja um cachorro dócil, é extremamente bagunceiro e hiperativo, o que acaba trazendo uma série de problemas ao casal.

Mas, como todo bom (ou mau) cachorro, não importam as paredes destruídas, jóias engolidas ou expulsões de escolas de adestramento: Marley é o melhor no quesito trazer felicidade àquela casa. Seu comportamento divertido e exagerado, sua lealdade sem limites e o amor infindável que sente por seus humanos, este cachorro os ensina que o amor incondicional tem diversas formas.


A história daquele que fora apelidado pelo seu próprio dono de "O Pior Cachorro do Mundo" tornou-se mundialmente conhecida após ser publicada em livro outubro de 2005, escrito pelo próprio John Grogan, jornalista americano nascido em 1957, em memória ao seu fiel companheiro de Marley, seu cachorro da raça labrador que o acompanhou durante treze anos em sua vida.

Marley viu seus três filhos nascerem e foi amado por ambos Patrick, Connor e Colleen. Nós, leitores, nessas 304 páginas, o acompanhamos desde o dia em que foi escolhido como o cão da família até a sua morte, vivenciando o seu envelhecimento mesmo que não pessoalmente, mas o suficiente a ponto de sentir a dor de sua perda: Marley, ao longo das 304 páginas, torna-se parte de nós.


Ler estes relatos de experiência de como é ter um cachorro quando você de fato tem um cachorro aciona dois mecanismos internos: o primeiro, é o da identificação, em que você mesmo sem perceber, durante a leitura, acaba comentando mentalmente sobre coisas como "o meu também faz isso" ou "o meu jamais faria isso". É como se fizéssemos parte de um grande clube anônimos de amantes de animais e nos reuníssemos por telepatia para conversar sobre os feitos de nossos peludinhos.

O segundo é empatia, tanto pelo dono quanto pelo animal. Ver Marley perder sua força com o passar dos anos e o modo como seus familiares humanos lidam com seu envelhecimento é belo, um belo emocionante, que orgulha em saber que ele fora tratado tão bem até no fim de sua vida, mas ainda um belo triste, por temos que encarar esse fim.


Não é fácil dizer adeus, e Marley & Eu também nos prepara para o adeus a nossos próprios bichinhos, quando a hora deles chegar. Não que isso vá diminuir a nossa dor por nunca mais podermos vê-los, mas que pelo menos reconforta ao saber que demos o nosso melhor ao longo de sua vida e os amamos incondicionalmente, assim como eles nos amaram.

As memórias que ficam são boas. Nenhum sofá rasgado é capaz de diminuir a alegria em saber que você, mesmo com certos prejuízos financeiros, foi capaz de dar um lar a um serzinho tão inocente e apaixonado que fez rir e sorrir inúmeras vezes e que, uma hora ou outra, irá nos deixar para descansar longe de nós. Esquecer não é uma opção. O que marca no coração é eterno.


Portanto, ame o seu bichinho. Se não tem um e lhe é viável a possibilidade, adote. Só quem tem um animal sabe a enorme felicidade que sua companhia é capaz de nos proporcionar. Existem milhares de cachorros esperando por você em centros de adoções ou espalhados pelas ruas a espera de alguém que possa amá-lo e cuidá-lo em troca de uma quantidade infinita de amor e dias finitos de alegria.

Como resgatante de um animal de rua, garanto-lhes que não há nada mais gratificante do que uma lambida no rosto logo pela amanhã e um rabinho abanando alegremente com aquele significado subjetivo de "obrigada por me salvar daquele lugar perigoso, eu te amo, mas agora que tal me dar um pouco de comida?".


Na imagem acima, minha Belinha. Minha pequena bolotinha que foi resgatada das ruas no início de 2011 e trazida para a minha casa. Desde então, foi adotada como parte da família, alimentada, cuidada, tratada e muito bem mimada, sendo ainda um dos principais motivos da minha felicidade e é o maior presente que eu poderia ter pedido a Deus.

Não há nada mais sincero que o amor de um cão por seu dono, e o modo como o livro retrata este fato aquece ao coração do leitor e o conforta com a delicadeza dos pequenos gestos. Assim, Marley & Eu é extremamente cativante que nos mostra a relação humano-cão com muito sentimento, pelos olhos de um humano que recebeu não somente a oportunidade de viver ao lado do pior cão do mundo, mas, sobretudo, de amá-lo incondicionalmente.

Ficha Técnica
Autor: John Grogan
Título original: Marley & Me
Título adaptado: Marley & Eu
Gênero: Cães, família, não-ficção
Lançamento no Brasil: 2006
Editora: Ediouro
Páginas: 304

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