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O Rei do Show apresenta musical belo, memorável e romantizado sobre Barnum | Crítica


De origem humilde, P. T. Barnum, interpretado por Hugh Jackman, sempre sonhou em conquistar o mundo e mudar de vida. Desafiando as barreiras sociais em época de crise econômica, casa-se com a filha do patrão de seu pai e com um empréstimo bancário abre um museu de curiosidades. O fracasso inicial é apenas o pontapé para a realização de seu sonho mágico, quando encontra a ousada saída em produzir um espetáculo estrelado por aberrações e rejeitados de todos os tipos: "se irão rir de nós, que ao menos sejamos pagos por isso".

O drama musical biográfico dirigido por Michael Gracey é baseado na vida de Phineas Taylor Barnum, empresário do entretenimento que viveu entre 1810 e 1891, sendo provavelmente o primeiro showman milionário na história e lembrado principalmente por promover fraudes e "excentricidades" humanas. O que poderia ter sido uma celebração da humanidade e de sua diversidade por suas performances que apresentavam pessoas de diferentes cores, formas e tamanhos em unidade de igualdade foi visto, na época, como um mero show de bizarrices.

20th Century Fox/Divulgação
Sua tendência natural em enganar pessoas, seu egocentrismo e desprezo pelo próximo foram romantizados no filme que opta por um tom familiar de ascensão em um caminho difícil, com seus erros e acertos narrados em canções bem arranjadas rumo a realização de um sonho fantasioso de um "Príncipe do Embuste" que divide-se entre filantropo e polêmico.

Hugh Jackman, apesar do nome destacado principalmente por suas interpretações como Logan/Wolverine nos cinemas, já é conhecido dos musicais, com ênfase para Os Miseráveis, clássico moderno de 2012. Sua performance como o protagonista de O Rei do Show não poderia ser outra se não magnífica com o seu dom de parecer ter nascido para interpretar todos os personagens que assume. Na pele de P. T. Barnum vive uma versão melhor do que a original, embora ainda fadado pela cegueira do sucesso.

20th Century Fox/Divulgação
Sua co-estrela, Zac Efron, no papel de Phillip Carlyle, ganha pontos e revela evolução musical comparado a sua participação como Troy Bolton em High School Musical (2006-2008), com o passar de anos e experiência que só fez bem ao rapaz que acaba de entrar na casa dos 30. Ambos vocais, danças e atuações encontram-se no ponto perfeito, além da química com a grande estrela e o relacionamento improvável de um homem branco, rico e privilegiado com a negra e renegada acrobata Anna Wheeler, personagem de Zendaya.

O romance é, talvez, tão representativo para a narrativa e a época em questão quanto o casamento de Barnum com Charity (Michelle Williams) e seu posterior envolvimento com Jenny Lind (Rebecca Ferguson). As duas mulheres, entretanto, carregam parte do condutor que atinge o empresário: quando com sua companheira de infância, é um homem sonhador em busca das estrelas; após o encontro com a alta sociedade representada em Lind, o Rouxinol Sueco, esquece-se de seu próprio passado e família pelo reconhecimento público. É nos outros personagens que encontra o caminho de volta a seus sensos.

20th Century Fox/Divulgação
O time de "bizarros", comandado pelo incrível desempenho de Keala Settle como Lettie Lutz, mais que a representatividade das diferentes formas de manifestações humanas e o preconceito da era (que, infelizmente, segue tão atual), exibe as verdadeiras estrelas do show com um número tão empoderado e sensível quanto This is Me, uma das maiores canções do longa, ao lado de The Greatest Show, Never Enough e dueto de Rewrite the Stars, quatro hinos memoráveis para o cinema moderno, com trilha de Justin Paul e Benj Pasek, os mesmos de La La Land, vencedor de Oscar do ano passado, o que cria expectativas palpáveis para uma premiação honrável a O Rei do Show.

O filme conquista, principalmente, pelos olhos e ouvidos com grandes atos e melodias, mas a emoção manifestada em seu enredo merece ainda notoriedade como um grande feito. É capaz de derramar lágrimas, mas não causa grandes choros, conseguindo ser tocante em uma boa dose enquanto apela pelo visual e sonoro, que é o verdadeiro foco da obra cinematográfica original.

Entertainment Weekly/Divulgação
A beleza fotografia e tomadas bem pensadas para as atrações musicais do filme, sua edição de efeitos destaca-se, principalmente, pelas transições suaves, embora repetitivas, que conseguem significar mais do que uma simples troca entre cenas, mas a dicotomia entre personagens e situações que divergem ao mesmo tempo em que se encontram. 

Se Hugh Juckman escolheu abandonar sua trilha como personagem de X-Men para seguir carreira em musicais, O Rei do Show é uma boa prova aos fãs, à crítica e a si mesmo de que fez a escolha certa, com méritos a uma boa equipe de direção e produção que conseguiu encaminhar a história de um showman malandro a um sucesso tão carismático quanto esta obra que enaltece as raízes e promove a diversidade.

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