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Everything Sucks conquista pela nostalgia, mas é uma ótima série


Everything Sucks!, novo seriado original Netflix, chegou à rede de streaming nessa sexta, 16 de fevereiro, com episódios dirigidos por Michael Mohan e Ry Russo-Young. Passada em 1996, essa narrativa retrô abraça ambos gêneros comédia e drama ao nos apresentar a união de força entre os nerds do Clube Audiovisual e os populares do Clube de Teatro do Colégio Boring. 

Jani Winston interpreta o protagonista Luke O'Neil, calouro do ensino médio que se junta ao clube de audiovisual com seus amigos Tyler e McQuaid. Logo no primeiro dia conhece Kate Messner, papel de Peyton Kennedy, por quem se apaixona instantaneamente. A garota, entretanto, representa problema: é a filha do diretor e, embora seja grata a sua bondade e amizade, parece estar mais interessada em outro tipo de relacionamento, à medida que começa a conhecer melhor a si mesma e ao seu coração.

Netflix/Divulgação
A série lembra o estilo de Freaks and Geeks, de 1999-2000, embora essa se passe nos anos 80, principalmente por ambas abordarem o cotidiano escolar e os altos e baixos dos encontros entre adolescentes de tribos diferentes, com aquela pitada de comédia, mas com muito drama sendo passado por baixo dos lençóis.

Os personagens principais possuem histórias de plano de fundo que são importantes para seu desenvolvimento e interação, enquanto suas personalidades atuais são retratadas com certo cuidado a fim de representar as confusões da adolescência, os primeiros amores, a descoberta da nossa identidade, da nossa sexualidade, seja hétero ou gay, e o modo como lidamos com as inter-relações, tanto no romance, como na amizade ou até mesmo em nossas famílias.

Netflix/Divulgação
Os secundários acabam ganhando uma camada mais cômica por serem representações exageradas do nerd, palhaço e popular da turma, por exemplo, mas que são permitidos a adquirirem mair profundidade ao longo dos episódios, deixando superficialidades completamente de lado. Para isso, opta, ainda, por acrescentar peso inclusive ao time adulto, com o desenvolvimento de um relacionamento divertido, suave, mas ainda complexo o suficiente para render um espaço dentro de um seriado, competindo pé a pé com os dramas de jovens que convivem nos bastidores de um filme independente, cuja produção também merece um grande destaque entre os fãs da série por apresentar um produtor mirim, estreante, mas ainda muito exigente em ação.

É por meio destas gravações, ainda, que os maiores desenvolvimentos dos personagens e suas aproximações se dão, sendo de extrema importância não só cômica ou sequencial à narrativa, mas de profundidade. Graças a elementos como esses, a série se transforma em algo que vai muito além de referências aos anos 90, ainda que este seja o principal pão a ser vendido na série: se esse mesmo enredo se passasse em 2018, talvez não fosse tão interessante de ser assistido.

Netflix/Divulgação
Isso porque o que nos convence a assistir essa série é o efeito de nostalgia causado logo no trailer, que nos coloca de frente a memórias de uma moda hoje tão ultrapassada e cafona, mas que fazia o maior sucesso na época, e os primórdios de uma tecnologia atualmente considerada pré-histórica, como o acesso à internet discada e toda a sua lentidão, os pagers, basicamente os celulares da época,  as queridas fitas-cassete, também chamadas de VHS, que acabaram evoluindo para a Netflix que conhecemos hoje e, claro, os famosos discman, que são facilmente substituídos por uma playlist no Spotify, como essa com a trilha sonora da própria série com direito a Oasis, Ace of Base e The Cardigans. 

Assim, Everything Sucks! é a típica série que promete fisgar seus telespectadores com um trailer bem feito e com o uso dos elementos certos a ativarem o interesse do público, mas que de fato conquista por narrar uma boa história que consegue se desenvolver com qualidade, ainda que em poucos e curtos episódios, 10 de 25 minutos cada. As últimas cenas deixam um ar que pode indicar uma segunda temporada, embora se não fosse por isso, uma continuação poderia ser facilmente descartada de tão bem fechada e encaixada que é a finalização desse seriado. Ainda assim, estamos ansiosos para saber sobre o futuro de Luke, Kate e todos os outros garotos. 

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