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3% melhora em seu segundo ano e ainda promete muitas intrigas para o futuro | Crítica


Após um ano e meio de espera, a segunda temporada de 3%, primeira série original brasileira da Netflix, chegou a rede de streaming na última sexta (27). Com 10 episódios, dá continuidade a história sobre os 3% da população que é merecedora de viver no Maralto, uma sociedade utópica, rica, desenvolvida e meritocrata que esconde muitos segredos.

Como vimos na primeira temporada, para chegar ao Maralto os moradores do Continente,  lugar pobre, sujo e caótico, precisam merecer: ao chegar aos 20 anos de idade, podem passar pelo Processo, que consiste em uma série de provas de habilidade, capacidade e, principalmente, de força de vontade, a fim de provar o seu mérito. Conhecemos personagens como Michele, Rafael, Joana e Fernando, e eles estão de volta nessa nova fase.


O discurso de meritocracia x desigualdade segue firme, e os personagens estão cada vez mais posicionados politicamente e erguendo suas bandeiras a todos os custos. Na contagem regressiva para o um novo Processo, somos apresentados a novos personagens que podem desenvolver certa importância para o próximo ano da série, mas nada que ainda tenha representado gigantescas participações: nessa temporada, seguem como time de apoio a equipe que já conhecemos.

A segunda temporada começa um ano após os eventos da anterior, com os preparamentos a todo o vapor para a realização de um novo Processo; aqueles que passaram tentam, a todo custo, colocar seus planos em prática, enquanto os renegados ou desistentes buscam um meio de se vingar e colocar um fim nessa luta hipócrita e causadora de segregamentos tão absurdos: porque só 3% podem ter acesso às coisas boas enquanto os outros 97% vivem na desgraça? A Causa está mais forte do que nunca.


Enquanto passada em poucos dias, na reta final para o novo Processo, a série ainda funcionada como uma "prequel" de si mesma: Por meio de inúmeros flashbacks e olhares em tempos passados, nos é dada ainda a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os prelúdios do Maralto, conhecendo sua criação, o Casal Fundador e os podres que foram escondidos ao longo do tempo.

Desse modo, 3% prova que, mais do que o presente ou o futuro, ainda possui muitas coisas a serem desenterradas sobre o seu passado e fica clara a necessidade de uma terceira temporada (e muitas outras, inclusive) para podermos explorar todas as portas e passagens que estão sendo abertas ao longo de seu desenvolvimento: história não vai faltar, isso é garantido.


Vaneza Oliveira, a Joana de 3%, segue como o grande destaque da série com a sua gigantesca capacidade de transferir emoções para a série, mas vemos um imenso aumento na protagonista Bianca Comparato, que atua como Michele, que até então era vista como uma das atrizes mais fracas da série mas conseguiu demonstrar grande evolução neste novo ano, com uma expressividade mais natural. As falas forçadas, entretanto, não ajudam.

Assim, os diálogos e atuações over-dramáticos continuam sendo um problema na narrativa, heranças de um país que desenvolveu seu audiovisual em cima da cultura novelesca televisiva e enfrenta problemas em se adaptar a diferentes formatos, o que acaba sendo o ponto mais baixo da série e seu principal alvo de críticas. O fluxo narrativo, entretanto, melhorou: os personagens estão criando formas mais redondas, tridimensionais, com motivações próprias e personalidades profundas, menos caricatas, que são mais favoráveis para uma websérie. Estamos caminhando para a frente, e isso é digno de aplausos. 


3% pode estar enfrentando críticas e preconceitos dentro do próprio cenário brasileiro, pelos motivos supracitados, mas em atuado como um excelente quebrador de barreiras internacionalmente: segundo pesquisas, a série tem ajudado os americanos a "superarem seus medos de legendas", ao lado de séries como La Casa de Papel, da Espanha, e de produções sul-coreanas, demonstrando que o interesse do público pelo seu conteúdo é tanto a ponto de passar por cima de barreiras linguísticas, por exemplo.

Sem tempo para preconceitos bobos com produções nacionais, o Elfo Livre já fica na expectativa de uma terceira temporada ser confirmada em breve para descobrirmos como nossos personagens preferidos lidarão com os problemas e conquistas alcançadas ao longo deste segundo ano e como continuarão a se desenvolver e se desenrolarem nesta narrativa que ainda promete dar muito pano pra manga. 

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