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Tiffany Young e sua nova liberdade criativa e expressiva


Tiffany nasceu nos Estados Unidos, mas tornou-se conhecida originalmente na Coreia do Sul, quando estreou sua carreira de cantora em 2007 como membro do grupo Girls' Generation, em 2012 como parte da sub-unidade TaeTiSeo e, em 2016, como solista. Foi administrada pela gravadora SM Entertainment até 2017, quando encerrou seu contrato com a mesma, ainda sem cortar laços com o grupo do qual fazia parte, e optou por focar em sua carreira solo em sua terra natal. 

Foi revelado recentemente pela própria que, ao deixar a SM, recebeu propostas de diversas outras agências e gravadoras da Coreia que estavam interessados em gerenciar sua carreira, mas recusou todas por priorizar não só sua liberdade como artista, mas também a de integrante do Girls' Generation, podendo sempre voltar a performar com o grupo quando a hora chegar - e, segundo ela, irá chegar.

Isso porque um dos grandes problemas enfrentados por artistas de K-POP, principalmente de empresas mais tradicionais como a SM Entertainment, é a pouca liberdade criativa proporcionada para seus artistas, que possuem pouco ou quase nenhum envolvimento com a criação de seus álbuns, sendo, portanto, apenas interpretes de canções compradas que, em alguns casos, pouco dizem sobre o que realmente pensam e gostam.


Ao longo dos dez anos de carreira do grupo, poucas músicas lançadas pelo Girls' Generation foram realmente compostas pelas integrantes. Entre as raras exceções, destacam-se Mistake, How Great Is Your Love, Baby Maybe e XYZ, para os seus respectivos álbuns Hoot, The Boys e I Got a Boy. A única faixa título que contou com a participação de alguma integrante em sua produção foi Holiday, com Seohyun ajudando com a composição da letra.

Esta, entretanto, é uma visão que começou a ser mudada recentemente no cenário da música coreana, conforme cada vez mais os membros de grupos, tal como cantores solos, tem tomado maior controle de suas produções. O maior exemplo a ser citado é o BTS, que tem sido o maior destaque do K-POP nos últimos anos e tem total liberdade dentro das composições de suas músicas, inclusive das faixas principais, como.

Na SM, entretanto, os passos continuam lentos: o projeto Station surgiu em 2016 como uma possibilidade criada para que os artistas pudessem mostrar mais de si mesmos, principalmente em canções solos ou duetos inimagináveis, com cor e tom pessoal que se afastava das imagens de seus grupos originais. Assim surgia Heartbreak Hotel, de Tiffany, que embora ainda não contasse com o nome da garota em qualquer crédito se não o uso de sua voz, já era algo que se assemelhava mais do tipo de música que sabemos que ela gosta e, consequentemente, que gostaria de produzir.


Um mês antes, entretanto, Tiffany havia oficialmente estreado como cantora solo, com o álbum I Just Wanna Dance, do qual conseguiu participar ativamente em uma música: What Do I Do, escrita pela companheira de grupo SooYoung, contou com Tiffany na composição da melodia, ao lado de Kim TaeSung e Jake K. Há ainda uma versão em inglês contida no mesmo álbum, e esta foi toda escrita por Tiffany, falante nativa do idioma. 

Agora, sob o nome de Tiffany Young e no cenário musical americano, lança Over My Skin, co-escrita pela própria e Rachel West, mostra um lado totalmente novo de sua carreira artística, com um conceito denominado por si mesma como "vibes sexuais, fazedoras de bebês" que ousa completamente em relação ao seu conteúdo previamente apresentado, preso às limitações da cultura coreana e restrições criativas.

Ao lado do Girls' Generation, Tiffany viveu uma imagem inocente, como em Gee e Oh!, mas também passou por conceitos empoderadores, a la Run Devil Run e You Think, mas nada que pudesse ser vivido dentro do grupo da nação chegaria perto da sensualidade e sexualidade implícita em seu novo trabalho solo.


Podendo falar por si mesma pela primeira vez em muito tempo, Tiffany empresta sua voz a comunidade LGBTQ, a qual apoia, lançando sua música um dia antes do Dia do Orgulho LGBTQ e revelado, pela Billboard, uma carta de amor a comunidade, na qual escreve "Vocês inspiram muitas pessoas com a força, coragem, humildade e compaixão mesmo com os problemas e as dores que passam e que só vocês sabem como é", em um dos recortes do texto. 

Se ainda estivesse trabalhando do cenário coreano, Tiffany dificilmente poderia abordar o assunto, lembrando que ídolos da indústria do K-POP não podem se envolver em questões sociais, dado ao atraso na visibilidade LGBTQ do país, que ainda não oferece leis de proteção contra discriminação ou não reconhece casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Para exemplificar um pouco mais as algemas colocadas nos artistas coreanos, basta lembrar que Suzy foi mortalmente ameaçada há poucas semanas por ser taxada como feminista após apoiar o caso de uma YouTuber que revelara ter sido estuprada. 

Afastar-se da indústria coreana não trata-se, portanto, somente de uma questão de liberdade criativa e produtiva dentro de sua carreira, mas expressiva, dentro de sua própria vida, onde poderá ser quem é e apoiar abertamente as causas que acha justa em um país que, embora ainda exista o preconceito, o bullying e o machismo, tem sido mais aberto e receptivo que a Coreia do Sul. Agora, Tiffany tem a liberdade que precisa para crescer e ser não só a artista, mas a mulher que sempre quis ser. Sem restrições criativas, comportamentais e sexuais: apenas a verdadeira Tiffany Young.

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3 Comentários

  1. Olá muito legal o texto, mas tem uma informação errada: você diz que elas nunca escreveram uma title mas na verdade a title do último álbum (Holiday) foi escrita pela Seohyun. E na verdade nos álbuns solos elas tem bem mais liberdade para lançarem as músicas que querem. A própria Seohyun escreveu todas as músicas do Don't Say No

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    1. Oi, Jade. Obrigada! Tinha esquecido que a Seohyun participou na escrita de Holliday, corrigi a informação. <3

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