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Baseado em história real, Vidas à Deriva é surpreendente, dramático e psicologicamente poderoso


Shailene Woodley e Sam Clafin foram o meu motivo impulsivo para ir assistir ao filme nos cinemas sem sequer ter conferido o trailer antes: o amor por outros filmes com os astros, como "A Culpa é das Estrelas" e "Como Eu Era Antes de Você", ambos dramas românticos, já foi o suficiente para me convencer de que essa produção seria tão boa quanto, e não me arrependi. 

A bordo de um veleiro que o casal Tami e Richard foram pagos para levar até San Diego, Califórnia, tudo deveria correr como o normal e ser apenas mais uma viagem dos dois em alto mar, mas uma tempestade os surpreendeu e, sem meios de comunicação, com o barco quebrado e um estoque limitado de comida, precisaram lutar por suas vidas para terminarem a jornada vivos.


Foi uma surpresa agradável, e ao mesmo tempo terrivelmente assustadora, descobrir que o filme é baseado em uma história real. Um dos meus maiores medos é o mar: sua imensidão me assombra e basta a ideia de ficar perdida e incomunicável em sua vastidão para me deixar desolada por algum tempo, e o filme me proporcionou isso. 

É uma narrativa extremamente emocional e dramática que com certeza cobrou muito dos atores: não há nada como isto em seu histórico e tamanha foi a sensibilidade depositada em suas performances que fica válido como um novo preferencial em seu currículo para oportunidades futuras. O medo dos personagens, seus pavores, suas alucinações, tudo isso foi sentido pelo público graças ao talento de seus intérpretes, talentosíssimos.


Dentre os principais complicadores para o fluxo narrativo da trama, destaca-se a debilitação de Richard, que fica sob todos os cuidados de Tami que, sozinha, precisa lidar os ventos, as ondas, as latitudes, as feridas, o racionamento de água e de comida que, por sua vez, carrega o segundo ponto por Tami ser vegetariana e estar cercada apenas de peixes, entrando em colapso consigo mesma e com tudo aquilo que sempre acreditou, se quiser sobreviver.

O foco dramático é o principal, a todos os momentos, com ênfase na instabilidade psicológica dos personagens, que com fome e medo, alucinam sobre suas vidas em uma tentativa da mente humana de tentar fingir que as coisas estão bem. Muito disso, entretanto, acaba tendo uma reviravolta que, sem citar spoilers, trará um desfecho chocante para a aventura e ainda mais triste em alto mar. O psicológico é, sem sombra do dúvida, o poderoso fio que guia toda a estrutura do romance.


Mas nem tudo é formado por lágrimas: o filme não é linear, seguindo uma cronologia bagunçada que vai e volta entre o passado e o presente, nos mostrando cenas de como Tami e Richard se conheceram, suas aventuras, como lhes foi oferecido o trabalho de levar o barco a San Diego e, principalmente, o desenvolvimento romântico do casal.

Essas cenas mostram a juventude adulta de ambos, com sua felicidade a flor da pele, vivendo os melhores dias de suas vidas ao lado da pessoa amada, o que só torna ainda mais triste o retorno às cenas à deriva, desesperadoras, mas ao mesmo tempo admiráveis pela confiança um no outro e, principalmente, no quão apegados são a imagem do outro.


Retomar à vida real, então, torna as coisas ainda mais dolorosas. O sentimento de saber que alguém realmente passou por essa situação tão cinematográfica é sufocante, mas ao mesmo tempo gratificante por saber que essa pessoa teve a oportunidade de contar sua história - e esta de ser ouvida.

Tami Oldham Ashcraft publicou sua história de 41 dias à deriva no livro Red Sky in Mourning, em 1998, quinze anos após o ocorrido narrado no livro que também é intercalado por flashbacks de sua vida com Richard. No Brasil, o livro foi publicado somente em 10 de julho de 2018, em comemoração ao laçamento do filme, pela editora Astral Cultural.


"Vidas à deriva é uma história real sobre a força de uma mulher que, além de enfrentar a morte de perto, passou quarenta e um dias em alto mar suportando a fúria da natureza. Tami, ao compartilhar sua história, nos faz lembrar que, mesmo nos momentos mais sombrios, não estamos sozinhos", comenta a editora na descrição do produto.

O filme está disponível nos cinemas do Brasil desde o dia 28 de julho e ainda pode ser conferido. Vale a pena conhecer de perto a história de Tami e Richard pelo trabalho lendário de Shailene e Sam, cuja direção é assinada ainda por Baltasar Kormákur, de Evereste (2015), mas é válida a dica de deixar um lenço no bolso. Só para caso precise.

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