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Hilda é a melhor série animada de 2018 e você PRECISA assistir!


O melhor desenho do ano segundo o Elfo Livre (opinião válida, ok?) foi lançado pela Netflix em 21 de setembro de 2018 e a primeira temporada, já disponível na íntegra, tem um total de treze episódios no qual acompanha-se a jornada de Hilda, uma garotinha que mora na floresta e se vê envolvida com as criaturas mágicas que ali habitam. Ao descobrir que precisa se mudar para a cidade, a ideia de desapegar de sua vida bucólica e fantástica a assusta, mas ela sequer imaginava que aventuras muito maiores a esperavam no meio urbano. 

Ao longo da temporada, acompanha-se a adaptação da personagem em seu novo habitat e como Hilda lidará com questões nunca antes vividas por ela, afinal, a jovem nunca havia frequentado a escola ou se relacionado com outras crianças, e o novo ambiente de convívio não parece estar tão apto a receber uma garotinha com modos tão diferentes - e que ainda conversa com seres mágicos sem medo algum! Sua raposa-veado de estimação, Twig, age como um cachorrinho e a acompanhará em todos os lugares.


A mudança, entretanto, não ocorre só em Hilda: assim como ela precisa aprender os costumes de seu novo meio, as pessoas que passam a se envolver com ela também aprendem muito sobre o mundo das criaturas mágicas e a respeitar essa cultura tão diferente, abordando, de modo bem implícito, questões ligadas ao preconceito e, consequentemente, ao respeito.

Tudo isso é passado com muito humor e as risadas são frequentes, mas não espere algo bobo: apesar de ser uma produção infantil, com uma linguagem acessível a seu público alvo e toda a questão fantástica que encanta os olhos e corações principalmente das crianças, traz uma mensagem tão preciosa sobre a vida, as relações sociais e o respeito a natureza que pessoas de qualquer idade podem apreciar a obra que aborda, ainda, o sobrenatural e uma pitadinha de suspense.


Dentro deste assunto, é importante colocar em pauta uma inversão muito relevante feita pela série: o papel da mocinha indefesa foi consagrado em narrativas de terror, suspense e mistério, sempre colocando uma personagem mulher, independente de sua idade, como a donzela em perigo, fraca, assustada. Neste programa, Hilda é extremamente forte e mesmo sua amiga Frida, desacostumada a essa rotina, demonstra bastante interesse nas aventuras, enquanto o único garoto do trio, David, é quem reluta a partir nas jornadas perigosas. Homens também podem sentir medo, assim como mulheres também podem ser corajosas, e é ótimo que tenhamos produções infantis falando sobre isso. 

Uma personagem que gostaria de destacar, ainda dentro do clima de suspense do programa, é a misteriosa bibliotecária de cabelos roxos, cujo nome é um segredo para os fãs da animação. Ligada a bruxaria, mas com motivações e objetivos ainda desconhecidos, torna-se relevante para o público que se interessa nestes assuntos mais sombrios. Ela aparece pouco e menos numerosas ainda são suas falas, o que ajuda a criar uma expectativa em cima de seu envolvimento para as próximas temporadas - ou, como queria eu, um spin-off próprio.


Os traços são bem modernos, com um estilo de cartoon simplificado que têm dado bastante certo com o público atual, como Gravity Falls, mas com uma questão mais colorida e encantadora, como em As Meninas Superpoderosas. É do meu agrado a protagonista ser a única com cabelo em cor fantasia, dando a ela o devido destaque que merece, assim como me agrada a representatividade feminina da série, quando Frida é uma jovem negra, inteligente e forte.   

Outro destaque positivo é a animação estilo vídeo game, que se faz muito presente nas cenas de luta e perseguição, por exemplo, nas quais a personagem parece estar inserida em um jogo eletrônico, sendo comandada por alguém, enquanto nós somos meros espectadores, mas que ainda conseguem sentir a experiência divertida e aventureira, como em uma streaming. Pequenos detalhes, como este, mostram como a sua produção foi muito minimamente pensada - e o resultado não decepciona em nada.


A criação é de Luke Pearson, que também é autor da série de graphic novels homônimas que deram origem a animação seriada. A imagem acima apresenta as capas das duas edições publicadas até então no Brasil, pelo selo Quadrinhos na Cia., da editora Companhia das Letras. Há outros volumes que ainda não chegaram às livrarias do país, como Hilda and the Bird Parade (2016), Hilda and the Black Hound (2017), Hilda and the Hidden People (2018) e Hilda and the Stone Forest (2018). 

Infelizmente, esses outros volumes não devem chegar ao Brasil tão cedo, já que a própria editora responsável pelas publicações sequer possui previsão, conforme informado em contato via Twitter. Entretanto, não percam as esperanças! Tanto as versões originais em inglês como as poucas já traduzidas ao nosso idioma podem ser facilmente adquiridas pela internet, em sites como a Amazon.


A Netflix ainda não se pronunciou a respeito de uma segunda temporada de Hilda, mas é possível sonharmos com novos episódios. Enquanto isso, a temporada inicial pode ser conferida na íntegra pela plataforma de streaming, tanto dublada como no áudio original em inglês - e, se me permitem opinar, vale a pena conferir em português, o trabalho brasileiro está impecável nesta dublagem!

Independente do áudio, assista. Permita-se conhecer Hilda e acompanhá-la em sua jornada de autodescoberta e de incríveis mudanças pessoais. Mesmo na vida adulta continuamos a passar por essas transições, muitas delas inicialmente indesejáveis, mas que podem se demonstrar favoráveis a nosso ser e a construção de nosso caráter. Essa animação é como um abraço quentinho que ajuda a tirar os pesos das costas depois de um dia difícil, e vale a pena ser assistida.

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