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A influência da cultura asiática em Turma da Mônica e porque faz todo o sentido a Mônica ser ARMY


A Turma da Mônica fez e faz parte da infância - e vida! - de diversas gerações de brasileiros. desde 1959, quando a primeira tirinha oficial criada por Mauricio de Sousa foi lançada em um jornal, protagonizadas não por Mônica e Cebolinha, como pode-se imaginar, mas por Bidu e Franjinha. De lá pra cá, não só a turminha cresceu em seu número de integrantes, mas também de alcance, rendendo-se aos encantos da modernidade e da globalização para transformar-se em um quadrinho de referência mundial.

Depois de ter suas tirinhas transformadas em gibis tradicionais, desenhos animados e mesmo filmes de animação, como o Cine Gibi, a Mauricio de Sousa Produções começou a produzir a Turma da Mônica Jovem em 2008, uma série de spin-offs com os personagens crescidos com um estilo de publicação baseado nos mangás, populares quadrinhos japoneses em preto e branco como homenagem aos 100 anos de Imigração Japonesa no Brasil. 


Engana-se, entretanto, quem acha que começa aí o início da influência da cultura oriental na obra de Mauricio de Sousa: Massaro é um jovem lutador de sumô que apareceu nas revistinhas pela primeira vez em 1979, vindo de uma família de imigrantes de japoneses e que fala perfeitamente o idioma de seu país de origem, embora ainda tenha certa dificuldade fonética com a língua portuguesa.

É inegável a colaboração de Sousa para a popularização dos quadrinhos nacionais em mercado global e o próprio país do Sol Nascente reconhece seus feitos, sendo o desenhista laureado, em 2013, pelo governo japonês por sua divulgação da cultura japonesa por meio de seu trabalho - que também já resultou em parcerias nipo-brasileiras, como com Osamu Tezuka, o pai do mangá moderno, criador do Astro Boy e amigo particular de Mauricio.


Mas seu trabalho no Japão não atua somente na disseminação da cultura no Brasil, preocupando-se ainda com o bem-estar e educação de crianças decasséguis, ou seja, aquelas que migram do Brasil ao Japão om suas famílias em busca de trabalho, que acabam sofrendo dificuldades durante o processo de adaptação aos novos costumes e idioma. Para isso, o desenhista implantou programas de apoio como o Projeto Carimbo, de incentivo aos alunos, o Projeto Cartilha Educativa, que visa orientar e ajudar os mais novos em sua adaptação cultural. Leia mais sobre no Portal Oriente-se.

Agora, quanto a presença dos animes e mangás nas novas produções, a Turma da Mônica Jovem não só adotou o estilo oriental para essa ramificação de seu trabalho como incorporou elementos e narrativas da cultura japonesa a seu enredo tipicamente brasileiro, com paródias e adaptações de Death Note, que aparece no Brasil em 2012 como O Caderno do Riso, com Cebola no papel principal. E não para por aí.


Os quadrinhos da Turma da Mônica Jovem continuaram - e continuam até hoje - a serem produzidos, contando com dez anos de mercado e expandindo-se para outros caminhos, como o livro Uma Viagem Inesperada, lançado em 2017 em parceria às autoras nacionais Pam Gonçalves, Melina Souza, Carol Christo, e Babi Dewet, sendo a última a se tornar uma peça chave para a nova fase da Mônica Jovem e da Maurício de Sousa Produções.

No livro, cada autora adota uma personagem e nos conta uma história para lá de moderna e cativante sob os olhos de sua protagonista: depois de passar pelo Japão, a turma pousou na Coreia do Sul no último ano quando Babi Dewet deu asas uma expansão dos horizontes culturais de Mônica ao levar a personagem a se aventurar em outro país, sem saber nada sobre a sua cultura.


Mônica, acompanhada de uma verdadeira k-popper durante sua viagem, rende-se aos encantos da cultura do país e volta tão renovada para o Brasil que acaba mudando o cânone atual das histórias: foi visto na edição mais recente dos quadrinhos, "Briga Entre Irmãos", que agora a personagem tem até uma camiseta e um pôster do BTS em seu quarto, segundo a imagem acima, divulgada por um leitor na internet. 

Não demorou para a página ilustrada repercutir nas redes sociais e dividir o público entre os que estão muito felizes com a representatividade k-popper e os que preferem se manter com um pé atrás em relação a nova abordagem da personagem, mas será que tem necessidade de levantar tantas barreiras defensivas assim? Eu digo que não.


Ao longo desse texto, discutimos que a cultura oriental se fez muito presente na vida e obra de Maurício de Sousa, mas o sucesso do BTS é tão global que nem dá para se resumir a falar sobre isso somente como um recorte da cultura oriental e da música coreana em, mas de um fenômeno que conquistou jovens ao redor de todo o mundo. E como um quadrinho que retrata a juventude atual poderia ser fiel ao registro histórico sem colocar ao menos uma personagem como fã da música coreana, tão ascendente no mercado mundial? Não tem como!

O contexto criado pelas revistas de Turma da Mônica Jovem ao longo da última década, seja de referências asiáticas ou de ilustrar os jovens contemporâneos em sua forma mais natural, é extremamente favorável para representar esse recorte dos adolescentes que consomem e se identificam com o material produzido pela Mauricio de Sousa Produções e, por que não, com o K-POP? Se tem fã do BTS brotando em todos os cantos do globo, faz todo o sentido tê-los também nos quadrinhos da turma - afinal, a arte é um reflexo da vida e a Turma da Mônica Jovem tem trabalhado isso de forma deslumbrante.

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