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Vejo Você no Espaço, um livro sobre força, família e protagonismo infantil


Jack Cheng, autor nascido na China e criado nos Estados Unidos, publicou Vejo Você no Espaço em novembro de 2017 e no mesmo mês o livro já chegava às livrarias brasileiras por edição e tradução da Intrínseca. Seu primeiro livro para o público mais jovem narra a jornada de Alex, um garotinho de 11 anos - e maturidade de 13 - apaixonado por astronomia e prestes a descobrir um novo significado para amor, força e verdade.

Inspirado por seu ídolo da ciência, Carl Sagan, Alex projeta um foguete, o Voyager 3, e acompanhado de seu cachorro cujo nome vem do seu amado cientista preferido o leva ao importantíssimo evento FFAAS para realizar o seu lançamento e enviar dentro dela um iPod de Ouro com gravações de sons da Terra, para que os seres do espaço conheçam a vida que há por aqui, mas as coisas não saem como o esperado e logo Alex se vê em uma aventura ainda mais maluca e repleta de aprendizados.


A narrativa é realizada por meio das gravações do iPod, como se tivéssemos acesso às transcrições dos materiais capturados por Alex em seu caminho, cada arquivo representando um capítulo (52, ao todo) e, embaixo do número da gravação, a duração exata do áudio. Deste modo, o livro apresenta-se pela linguagem simples, mas não limitada, de uma criança de 11 anos que tem um vasto vocabulário para a ciência, sua zona de conforto, mas conhecimentos restritos em outros aspectos, ainda inocente e imaturo.

O cachorro Carl Sagan é seu fiel escudeiro ao longo de toda essa viagem, mas a dupla não estará sozinha por muito tempo: no percurso tortuoso, conhecerão diversas pessoas que mudarão não só o seu presente e futuro, como também o seu passado, em uma jornada de autodescoberta da qual Alex precisará de muita força e coragem e, sem perceber, aprenderá sobre a importância da família e as diversas configurações que esta pode ter, contanto que constituída na base do amor.


Uma personagem em especial, Terra, será uma figura importante para o desenvolvimento do protagonista, assim como Alex será importante para uma transformação da garota consigo mesma e com o modo como se relaciona com o mundo exterior e outras pessoas: o laço entre os dois é tão forte e imediato que parece premeditado, coisa do destino, ainda mais com a ligação já presente mesmo no nome da garota, que rapidamente se relaciona ao amor de Alex pelos planetas.

Ainda neste assunto, a mãe é uma figura-enigma até próximo ao fim do livro, com sua indiferença em relação ao filho e suas escolhas, como adotar um cachorro ou viajar sozinho, apenas em sua companhia, para um lugar completamente desconhecido. Como a história é toda narrada por Alex, descobrimos as coisas à mesma medida que ele. Desde o princípio o leitor já imagina que há algo de errado por ela, mas há muito mais por trás dessa história e o desfecho da trama familiar é magnífico, sem spoilers.


Com toda essa questão familiar e de jornada interior, a ciência acaba correndo o risco de se tornar um mero plano de fundo livre de desenvolvimentos, mas Cheng honra este elemento em diversos momentos da trama, quando mesmo com tantas coisas acontecendo em sua vida Alex nunca abandona o seu amor pela astronomia, fazendo-as presente em suas piadas mal-compreendidas, metáforas geniais ou mesmo na paixão pela série Cosmos.

De sua inspiração, amizades e entendimento de família nasce a força que faz com que o protagonista, mesmo em tão tenra idade, seja um protagonista tão cativante ao estilo Auggie, de Extraordinário. Mesmo que você não entenda nada de ciência, como eu, aproveitará o livro e se envolverá com a trama e os personagens, desejando, quem sabe, até mesmo uma sequência. Vale a pena a leitura. 

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