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Coraline: uma leitura fantástica, cativante e sombria


Publicado em 2002, Coraline é uma fantástica novela de Neil Gaiman, mesmo autor de Deuses Americanos e Stardust, protagonizada por uma garotinha que encontrou na exploração o refúgio para o descaso de seus pais, sempre ocupados, consigo, mas que também abriu portas, literalmente, para aventuras sombrias que colocarão em cheque seus valores e prioridades.

É fantástico em dois sentidos: primeiro pelo gênero da obra, de fantasia, que dá ao leitor a oportunidade de mergulhar em um universo incrível e absurdo, onde as descobertas serão exteriores, sim, ao aventurar-se por territórios desconhecidos, mas principalmente interior, ao aprender mais sobre si, sobre coragem e sobre as escolhas que devem ser feitas na vida mediante as experiências da personagem; segundo pela maravilhosa habilidade de escrita do autor, capaz de desenvolver ambientes, personagens e situações complexas que cativam o leitor da primeira à última página.


Com a perspectiva de mundo apresentada pelo olhar de uma criança feminina, entediada e curiosa, assemelha-se às narrativas de Lewis Carroll e Francis Hodgson Burnett em Alice no País das Maravilhas (1865) e O Jardim Secreto (1911), respectivamente, diferenciando-se pelo quê assustador, de clima macabro, que não se faz presente em nenhuma das obras antecessoras - e diz muito sobre a produção textual de Gaiman.

Ganhou destaque internacional após alguns anos mais tarde, em 2009, com o lançamento do filme animado em stop-motion 3D baseado na novela literária. Com direção de Henry Selick (O Estranho Mundo de Jack), conquistou uma geração de espectadores ao mesmo tempo que os aterrorizou com a fantasia dark muito bem adaptada para o audiovisual, tornando-o uma excelente pedida para os fãs do já consagrado Tim Burton, que trabalha com uma temática semelhante em suas obras cinematográficas.


Graças a versão animada, o livro conseguiu conquistar novos públicos e chegar a mãos como as minhas, que não o conheciam antes, reconhecendo mais uma vez que a tradução de uma obra para outra mídia não anula a existência da primeira e sim, pelo contrário, a eterniza e abre portas para oportunidades nunca antes experienciadas pela mesma - e para sua já existente base de leitores, que também são permitidos a se deleitarem com uma leitura alternativa do mesmo texto.

Texto, este, que com pouco mais de 150 páginas e publicação nacional pela Rocco Jovens Leitores, promete proporcionar ao leitor algumas poucas, porém muito proveitosas, horas de imersão em uma leitura cativante, cheia de surpresas fantásticas e com uma emocionante moral sobre as verdadeiras felicidades da vida. Vale a leitura, com toda a certeza.

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