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O mundo está ainda mais sombrio na segunda temporada de Sabrina


Depois do sucesso da primeira temporada, lançada em outubro de 2018, e do episódio especial de Natal, chegou à Netflix na primeira sexta-feira de abril (05) a segunda parte de O Mundo Sombrio de Sabrina, com seus altos e baixos em uma perfeita combinação do dark ao teen

A sensação predominante com os novos episódios é que a Netflix, em uma tentativa de acompanhar o hype da série, agilizou seu processo de produção e não deixou as coisas amadurecerem no ritmo necessário, criando uma contradição quase paradoxal entre lançar temporadas mais rápido ou temporadas melhores, como tem sido, por exemplo, com Stranger Things, que apesar da demora tem se superado a cada atualização.


O ponto mais baixo deste ano foi, sem dúvidas, o quarto episódio, no qual a ambientação totalmente centrada em uma leitura de cartas com os personagens torna-o obsoleto em relação a narrativa geral da temporada, como se estivesse ali apenas para ocupar espaço - ou, bem abrasileiradamente, encher linguiça. Mas passa longe de ser uma temporada ruim: só não faz jus a ansiedade deixada pela primeira.

Com muita ênfase nos personagens secundários, Sabrina quase deixa de ser a protagonista de sua própria história, estando cada vez mais perdida em suas próprias emoções e decisões enquanto tenta conviver, com muitas dificuldades, entre o mundo dos humanos e o mundo das bruxas, e essa sua dualidade continua a ser o ponto mais alto da série.


Tal dicotomia apresenta-se inclusive nos triângulos amorosos da personagem, que se afasta da humanidade e, consequentemente, de seu namorado mortal Harvey Kinkle, a mesma medida em que se conecta com a noite e Nicholas Scratch, seu novo interesse romântico, torna-se um relevante guia para essa nossa fase da vida da protagonista.

Sabrina pode não ser uma personagem tão carismática quanto as Irmãs Estranhas, de personalidades marcantes e bem definidas, mas sua imperfeição e seus erros que dão a série a oportunidade de crescer, acompanhando o desenvolvimento da personagem em sua narrativa pessoal de descoberta de identidade. Nesta segunda temporada, com a protagonista mais próxima das trevas que da luz, as coisas ficam ainda mais sombrias em Greendale.


A religião da noite ganha notoriedade, enfatizando o lado misógino que se manifesta inconveniente mesmo para seus seguidores, enquanto cada vez mais mulheres almejam ascender a posições de importância dentro da Igreja e Sabrina, com sua humanidade, tenta transformá-la em um lugar melhor - o que gera parte dos principais confrontos da temporada, guiada pela masculinidade frágil do Padre, figura máxima do machismo.

Na luta pelos direitos das mulheres e de melhorias no coven, Sabrina dá novos passos pelo mundo das sombras, ainda que inconscientemente guiada por sua outra metade de luz e com um pico de ânsia por poder. Revelam-se, aqui, informações preciosas sobre a personagem, sua família e sua missão na Terra.


Toda essa ascensão não vem desacompanhada de consequências que tirarão a impulsiva Sabrina do sério, colocando-a em uma obrigatoriedade de aprender, para seu bem e de todos ao seu redor, uma habilidade muito humana: o autocontrole. É iniciado um arco muito interessante nos episódios finais enquanto a heroína assume seu manto, ganha forças e finalmente passa a mostrar a que veio, levantando o astral de uma temporada que parecia perdida.

Com nove episódios, aquilo que começou morno e esquentou em sua reta final, a série recupera seus pontos e deixando altas expectativas para um terceiro ano - que já está sendo filmado, mas ainda não possui previsão de lançamento. O começo pode parecer desanimador, mas vale a pena continuar investindo no potencial desta produção Original Netflix

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