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A Cor de Coraline: a ludicidade a favor do respeito à diversidade


Escrito e ilustrado por Alexandre Rampazo, o livro A Cor de Coraline chegou às livrarias em abril de 2017 com publicação pela Editora Rocco e não demorou a levantar debates em todo o Brasil com sua sensível e política narrativa sobre nossas diferenças, com um perfeito uso da ludicidade a favor do respeito à diversidade.

Na história, Coraline não sabe o que fazer quando seu colega Pedrinho a pede emprestado o lápis cor de pele. Que cor será essa, sendo que cada um tem uma cor? É nesta questão que visitamos o imaginário infantil e fantástico para explorar os mais diferentes e possíveis tons de pele, com os marcianos verdes e peixinhos dourados. 


A trama é um convite ao fim do uso do antiquado termo "cor de pele" para se referir ao lápis bege, comumente destinado a pintar peles brancas, em um ato de racismo enraizado que devemos dar fim, e as mudanças já estão começando a surgir no comportamento da nova geração, tal como no mercado.

No cenário artístico e capitalista, já existem opções de caixas de lápis de cor, paletas de tinta e outros materiais com diversas opções mais representativas de tons de pele, que abraçam peles negras e amarelas, por exemplo. Já nas caixas mais escolares, a inclusão ainda é novidade: somente no último ano que a Faber Castell passou a inserir seis tons de pele com a linha Caras & Cores.


Entretanto, infelizmente a Faber Castell não é das marcas mais acessíveis ao bolso do brasileiro: enquanto uma caixa de 12 cores é vendida por R$12,15 pelo site da Magazine Luiza, por exemplo, a versão com os tons de pele sobe para R$21,09. Em lojas físicas o valor é ainda mais alto, e em cenário de crise e desigualdade econômica, não são todas as famílias que podem oferecer o produto a seus filhos, tornando o debate ainda mais amplo, mas não inviabiliza a mensagem do livro, que vai muito além de um lápis de cor.

Na trama, Rampazo escolhe falar do preconceito e diferenças raciais usando o lápis de cor, alienígenas e peixinhos como metáfora, aproximando essa dura verdade à realidade infantil de forma lúdica, cativando a atenção dos pequenos leitores/ouvintes enquanto, nas entrelinhas, ensina não só às crianças, mas a adultos como familiares e educadores, que também se envolvem na leitura.


Neste sentido, é inegável o efeito que A Cor de Coraline tem surtido em escolas, principalmente: o livro tem sido lido para alunos do berçário ao nível superior, em entidades públicas e particulares ao redor do Brasil. Com rodas de leitura e apresentações teatrais promovidas pela equipe escolar, crianças e jovens estão cada vez mais cientes da importância da identidade e representatividade.

Alexandre Rampazo acertou em cheio na criação desse livro, tão necessário para, ainda que a passos curtos, consigamos reeducar a nós e a nossas crianças. E viva a força da ludicidade ao apresentar uma mensagem tão respeitável com tamanha graça e sutileza. De fato, A Cor de Coraline é uma leitura indispensável.

Disponível gratuitamente no Kindle Unlimited ou à venda em edição capa dura.

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