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Episódio interativo de Black Mirror é extremamente genial, metalinguístico e viciante


O aguardado episódio interativo de Black Mirror, Bandersnatch, finalmente está entre nós! Lançado na madrugada desta sexta-feira (28), o especial com um total de cinco horas de gravação e cinco finais diferentes, mas com diversas rotas que podem ser tomadas ao longo do percurso que costuma durar, em média, 90 minutos, já está "desgraçando" a cabeça do público.

Se você é um irresponsável de plantão, esse programa é para a sua diversão: aqueles que adoravam se divertir matando personagens e tomando as piores decisões possíveis no The Sims acabam de ganhar um prato cheio com esta possibilidade de imersão da popular série da Netflix. Neste episódio, você tem o total controle das ações do protagonista Stefan, e pode decidir entre tentar salvá-lo ou acabar de vez com a sua vida e a de todos que o cercam.


Na narrativa passada nos anos 80, o jovem que ainda sofre psicologicamente com a perda da mãe, a qual se sente culpado mesmo anos após o ocorrido, está desenvolvendo um jogo baseado no livro Bandersnatch, que consiste em uma série de decisões feitas pelo jogador e cada uma delas altera a rota e o resultado da aventura, já entrando em metalinguagem com o episódio interativo.

Entretanto, Stefan está enfrentando uma série de problemas no desenvolvimento do jogo e você precisa ajudá-lo (ou não). Sobrecarregado com o trabalho e ainda lidando com os sentimentos de culpa que assombram sua mente, o personagem começa a se sentir fora de controle, como se estivesse sendo controlado - e, bom, ele está mesmo, por você. Desde escolhas simples a decisões de vida ou morte, a um clique de distância.


Essa jogada de relacionar as experiências do personagem com a do jogo em que está criando, mas ainda ligada a interatividade da qual é conscientemente vítima, torna a trama não só metalinguística, como metalinguisticamente genial: do início ao fim, independente das escolhas tomadas ao longo do episódio, tudo se encaixa perfeitamente bem. Chega a ser bizarro.

Tive que voltar diversas vezes para tomar caminhos diferentes e ver no que a mudança resultava. É praticamente impossível você se contentar com um único final, ainda mais se for uma pessoa curiosa ou com dificuldades em tomar decisões, já que o arrependimento ou aquele sentimento de "e se...?" perseguem o telespectador, agora ativo, ao longo de toda a narrativa. Esse é o tipo de obra que desperta o seu interesse em níveis absurdos, tornando-se extremamente viciante. Fica o alerta.




Toda essa interatividade viciante e as obsessões do protagonista combinam maravilhosamente com a proposta de Black Mirror, de misturar ficção e realidade a um ponto onde personagens sofrem crises de identidade e os telespectadores sofrem pelas opções por si mesmos tomadas, relacionando-se ainda com a superinserção das tecnologias e como nos deixamos afetar por elas. Chega a ser absurdo o nível de criatividade que os produtores e roteiristas dessa série possuem. 

A Netflix gosta muito de ousar e isso não é novidade, mas o serviço de streaming conseguiu se superar desta vez - e com tamanha qualidade que fica até difícil imaginar qual será o seu próximo passo, mas com a certeza de que será ótimo. Já estamos ansiosos para a próxima experiência interativa da Netflix, só não sabemos quando isso irá acontecer.

Qual opção você irá escolher?

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