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RESENHA: O Diário de Anne Frank

Olá pessoal, tudo bom? Por aqui está tudo ótimo! Na tarde de sexta-feira, 03 de abril, eu finalizei a leitura do livro "O Diário de Anne Frank", qual comecei não muito tempo antes disso. Encontrei esse livro na biblioteca da minha escola, durante uma conversa sobre livros de guerra com a bibliotecária da mesma, já havia escutado falar sobre este e queria muito lê-lo, saber que ele estava disponível em minha escola foi de grande felicidade e, sem pensar duas vezes, peguei-o emprestado. Apaixonando-me pela história pessoal contada pela garota, não poderia deixar de falar um pouquinho - talvez muito - sobre esse livro maravilhoso e quem foi Anne Frank. Sua história deve ser conhecida por todos.

Nesta postagem, darei um resumo sobre a história descrita no diário da pequena Anne, sua vida no Anexo, os problemas que enfrentava por lá, seu amadurecimento e também algumas notas escritas por Mirjam Pressler, organizadora do livro "O Diário de Anne Frank". Preparados?


Anne Frank nasceu em 1929, na Alemanha, filha do banqueiro Otto Frank e da dona de casa Edith Frank, também, sua irmã mais velha Margot. Aos quatro anos de idade, ela e toda sua família foi obrigada a sair do país após a chegada de Adolph Hitler ao poder. Eles foram para a Holanda e viveram por lá tranquilamente até 1942, quando a perseguição aos judeus deflagrou-se também neste novo lar. Então, a família Frank decide esconder-se dos alemães no sótão do escritório de Otto, junto a mais quatro pessoas que juntam-se ao decorrer do tempo. São eles os "van Pels", chamados no livro de "van Dan": Hermann, Auguste (Petronella) e Peter; também Fritz Pfeffer (Albert Dussel).

No dia 12 de junho de 1942, Anne Frank completava 12 anos de idade e um de seus presentes de aniversário foi o diário, qual já sabia que iria ganhar, pois estava presente na hora em que o mesmo foi comprado. Mal sabia ela que este diário viria a ser tão útil em sua vida.

O restante do mês de junho correu tranquilamente, sua festa de aniversário foi um sucesso, a escola ia bem, seus mil e um admiradores não desgrudavam de seu pé, mas o início de julho trouxe uma notícia que mudou a sua vida e de sua família: sua irmã recebeu uma notificação da SS. Entre o dia 5 e 8 de julho, a família Frank mudou-se para o que foi chamado de "Anexo Secreto", um esconderijo criado no sótão do escritório de seu pai. Os "van Dan" juntaram-se a eles no dia 13 de julho do mesmo ano. Sr. Dussel (Pfeffer) chegou ao anexo no dia 17 de novembro de 1942.

Começaram então as intrigas entre as famílias de gostos e personalidades tão distintas, a pouca comida, o sumiço de utensílios, o garoto mimado, os gatos pulguentos. Tudo parecia ir de mal a pior e durante anos, Anne achou que era mal entendida, que ninguém estava disposto a ajuda-la. Ela não entendia o porque de ter de se esconder - "ser judeu é tão ruim assim?" ela pensava.

O tempo passava, não houve apenas uma mudança de casa, mas também uma mudança de hábitos. Muito mais do que isso: uma mudança de personalidade.

Anne apaixonou-se por Peter, o garoto mimado e irritante que era tão mal interpretado por ela. Visitas ao quarto do jovem, conversas à luz da lua sobre os mais diferentes assuntos que, de certo modo, fez com que ela mudasse seu modo de pensar - principalmente após uma carta de desabafo que entregou ao seu pai, onde sentia-se injustiçada e sentiu seu mundo desabar com a resposta que recebeu. Foi o ponto final para todos aqueles pensamentos infantis e egoístas que ela tinha. Anne cresceu muito.

A guerra era como um enorme pesadelo que parecia nunca ter fim.

Mesmo assim, Anne era grata por ter sido salva, enquanto seus amigos provavelmente já estavam mortos. Ah, como ela sentia falta de seus amigos. Agora Miep, Bep, Kleiman e Kugler eram seus únicos aliados. Se não fosse por eles, os oito moradores do Anexo não teriam sobrevivido nem mesmo um ano no Anexo, mas graças à essas quatro pessoas bondosas que se arriscavam diariamente, quase três anos passaram-se naquele sótão. 

Até que então, na manhã do dia 4 de agosto de 1944, um carro parou naquele endereço, rua Prinsengracht, 263. Muitas pessoas saíram dele, entre elas, um sargento uniformizado da SS. Eles haviam sido delatados. Prenderam os oito moradores do Anexo, também dois ajudantes: Kugler e Kleiman - Miep e Bep não foram pegas. Objetos de valor e pertences foram pegos.

Os ajudantes Kugler e Kleiman foram levados para uma prisão em Amsterdã e no dia primeiro de setembro, foram transferidos para um campo em Amersfoot. Por problemas de saúde, Kleiman foi solto em 18 de setembro e continuou em Amsterdã até sua morte, em 1959. 

Kugler escapou da prisão em 28 de março de 1945, enquanto era mandado para um campo de trabalhos forçados. Emigrou para o Canadá em 1955 e faleceu em Toronto, no ano de 1989. Bep continuou morando em Amsterdã até sua morte em 1983. Miep faleceu em 2010, com 100 anos de idade. 

Quanto aos oito moradores do Anexo, foram ara uma prisão em Amsterdã e depois, transferidos para Westerbook, no norte da Holanda. Em 6 de setembro de 1944, chegaram no campo de concentração Auschwitz, Alemanha. 

O sr. Van Dan falaceu na câmara de gás, em outubro ou novembro de 44. Sua esposa foi transportada para mais dois ou três campos de concentração entre os anos de 44 e 45, não se sabe quando foi sua morte, mas é certo que não sobreviveu.

Peter foi obrigado a participar da caminhada da morte, em 16 de janeiro de 1945 de Auschiwitz até Mauthausen, na Áustria, onde morreu no dia 5 de maio do mesmo ano, 3 dias antes de o campo ser libertado.

Edith Frank, a mãe de Anne e Margot, faleceu de fome e exaustão em Auschwitz-Birkenau, em 6 de janeiro de 1945. 

As irmãs foram transportadas de Auschwitz para Bergen-Belsen no fim de outubro. No inverno de 1944-1945, uma forte epidemia de Tifo matou milhares de prisioneiros, incluindo-as. Margot foi a primeira a falecer. Poucos dias depois, Anne Frank, a autora do diário que tinha apenas 15 anos de idade, também deixou esse mundo pela mesma doença. Não se sabe exatamente a data, mas especula-se que foi entre o fim de fevereiro e início de março. O campo em questão foi libertado pouco tempo depois, no dia 12 de abril.

Otto Frank, o pai da família, foi o único morador do Anexo Secreto a sobreviver ao Holocausto. Chegou em Amsterdã no dia 3 de junho de 1945 e ficou por lá até 1953, quando mudou-se para Suíça, onde morava a família de sua irmã e pouco tempo depois, também seu irmão. No novo país, casou-se novamente - sua nova esposa, Elfriede é nascida em Viena e também foi uma sobrevivente de Auschwitz. 

Otto faleceu no dia 19 de agosto 1980, e enquanto era vivo, dedicou-se a divulgar a mensagem do diário de sua filha para todas as pessoas do mundo.

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No dia 4 de agosto, duas secretárias que trabalhavam no prédio, encontraram as folhas do diário espalhadas pelo chão, Miep guardou-as e entregou-as ao pai da menina no final da guerra, sem lê-las. O pai, então, resolveu seguir a vontade que a garota havia deixado: publicar um livro a partir de seu diário.
 
O diário da garota possuía duas versões, A e B. Otto separou e organizou partes de ambos, criando uma versão "C" do mesmo. Esta foi a primeira publicação do diário, mas a mesma teve alguns cortes maiores devido à vários aspectos, onde Otto omitiu partes em que citava a sexualidade de Anne e também as que a menina criticava seus pais e os outros moradores do Anexo, pois não era muito recomendado em uma leitura destinada a jovens.

Quando Otto faleceu, em 1980, o diário de Anne ficou com o Instituto Estatal Holandês para Documentos de Guerra. Houve uma investigação profunda sobre os fatos ali escritos, até que a autenticidade do mesmo fosse comprovada.

A Fundação Anne Frank também recebeu os direitos autorais da menina e, querendo criar uma versão mais ampliada, deixou todas as versões anteriores sobre as mãos da escritora e tradutora Mirjam Pressler, que preservou o texto original e a autoria de Anne, apenas corrigindo os erros de linguagem cometidos pela garota. Esta edição, possui 30% a mais de material que as outras e também, novas páginas que foram encontradas em 1998.


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Brigas, amores, fome, sujeira, pobreza, medo. Tudo isso era compartilhado entre os oito moradores e o quatro anjos que os ajudavam. Muitas vezes reclamamos de nossas vidas hoje, reclamamos que não temos um danone ou chocolate na geladeira a hora que queremos, que não temos dinheiro suficiente para comprar aquele celular caro, aquela roupa de marca, reclamamos de um dia chuvoso quando queríamos ir a praia, de uma unha que se quebra, um cabelo meio desengonçado, uns quilinhos de sobra... mas e se nos imaginarmos naquela época? Você consegue?

Você consegue comparar todos esses problemas tão pequenos com tudo o que Anne Frank descreveu em seu diário? Com tudo o que ela viveu? Para mim, é impossível. Abandonar amigos, escola, cidade, vida... enfim, abandonar todo o conforto que tinha para viver em um anexo! Abandonar tudo para viver escondida, fugir da morte. Ter de ficar em silêncio para que ninguém a escutasse. Ter de usar roupas sujas e acabadas, pois não tinha muito o que vestir. Ter de depender dos outros para poder se alimentar e continuar viva. Sua liberdade teve um fim, mas seu diário foi o presente que Deus lhe deu para que ela contasse todo o seu sofrimento para nós, que anos depois estamos lendo-o.

Ao julgar pela capa, muitos podem pensar que "é só mais um diário repleto de besteiras de adolescente." NÃO. Muito pelo contrário! Toda a realidade escrita e descrita por uma menina tão jovem, judia, que viveu escondida por anos em um sótão junto a pessoas que, querendo ou não, tornaram-se parte de sua família. É uma bela lição de vida. Uma emoção tão forte que não foi inspirada em uma história real, como nos filmes, mas é a própria realidade.

Mais do que um livro, "O Diário de Anne Frank" é um documento histórico tão importante sobre o nazismo e Holocausto, sobre essa catástrofe conhecida como "Segunda Guerra Mundial".  

Fica aí então minha sugestão de leitura, seguido do link abaixo para todos aqueles que quiserem comprar e ler cada relato, cada carta, cada dia que a pequena Anne escreveu nas páginas de seu diário e emocionar-se junto a esta menina que, tão cedo, tornou-se mulher e ainda mais cedo, deixou-nos neste mundo.  

Compre o livro na Livraria da Folha clicando aqui.

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2 Comentários

  1. Oi, Karol! Li esse livro faz uns anos, então não me lembro de tudo com todos os detalhes que você colocou. Mas lembro-me de que foi uma leitura que fez eu sentir como se a Anne fosse uma amiga minha, da minha idade, e eu tivesse tendo contato com seus segredos, com sua vida. Esse livro fazia parte de uma lista de livros que um professor me passou falando sobre livros que mudariam a vida de qualquer um que lesse. Mas acho que todo livro muda a gente um pouquinho. Beijos!

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    1. Oi Thawana, tudo bem?
      Eu tinha acabado de ler ele quando escrevi essa resenha, não fazia nem 10 minutos direito e eu já estava escrevendo, por isso consegui lembrar de todos os detalhes - e vez ou outra dava uma olhada nas páginas para confirmar se era aquilo mesmo. Meus professores da escola não passam livros para nós, o que me deixa super bolada, poxa vida T - T
      A leitura do diário de Anne realmente faz com que nos sintamos amigas próximas dela, assim como você disse é como se ela estivesse contando todos seus segredos para nós, uma leitura bem íntima e amigável. Nós, leitores, somos os amigos que a Guerra privou Anne de ter, e acho isso magnífico.

      Todos os livros mudam um pouquinho o nosso modo de pensar, seja ele uma história real, romance mamão com açúcar, baboseiras, místicos... todos eles terão ao menos uma cena que vai te fazer repensar sobre como você ou as pessoas ao seu redor agem.

      Obrigada pelo o seu comentário, beijos!

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