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Solo: Uma História Star Wars desenvolve passado do personagem em grande filme


A franquia de spin-offs "Uma História Star Wars" segue a todo o vapor com o lançamento de seu segundo filme, Solo, que nos apresenta a juventude do personagem consagrado pelo tempo como um  dos grandes ícones da cultura pop, com direção de Ron Howard e estrelado por Alden Ehrenreich em uma história além do cafajeste que se apaixona pela princesa.

Com sua história passada catorze e onze anos antes dos eventos de Uma Nova Esperança, o filme nos dá a oportunidade de descobrir quem era Han antes de se tornar um dos maiores mercenários da história do cinema, como Chewbacca tornou-se seu fiel escudeiro, como adquiriu sua épica e emblemática Millenium Falcon e até mesmo como conheceu seu amigo Lando Calrissian. 


Por este ângulo, é importante manter em mente a idade de Han em relação a seus outros companheiros das aventuras da trilogia original: enquanto o personagem vive suas primeiras  grandes aventuras, mostradas em seu filme de Uma História Star Wars, Luke e Leia, que não aparecem nessa trama prequel, ainda são apenas crianças de cerca de 8 anos de idade.

De volta a Solo, seu enredo de aventura em ficção científica pode até fugir da nossa realidade com viagens intergaláticas e criaturas alienígenas, mas se aproxima muito da vida cotidiana ao abordar assuntos como confiança, traição, amizade, respeito e amor em sua narrativa que, em plena ascensão do Império de Vader, ainda carrega todo um ar político-social de opressão, com ênfase nas minorias, seus discursos, válvulas de escape e rotinas de fuga. Mais real que isso?


E Alden Ehrenreich pode não ser Harrison Ford, mas foi capaz de entregar um personagem digno que, com o apoio do enredo, teve todo o ar crítico e cético que já conhecemos de Solo, com seu típico humor ácido e masculinidade impenetrável escondendo um grande coração, mas ainda menos carrancudo que o Han que conhecemos, talvez pela pouca idade e inexperiência, sendo um pouco mais ambicioso e positivo que o da trilogia original, que dizia "tenho um mau pressentimento sobre isso" ao menos duas vezes a cada filme.

É um Han Solo jovem, sem dúvidas, que nos leva a ver o quanto uma pessoa pode amadurecer e mudar conforme os socos que a vida te dá ao longo de sua jornada. Isso não significa que, até então, Han não tenha conhecido a dor, a solidão e a perda, mas que sua jovialidade e algumas circunstâncias da narrativa ainda o deixavam esperançoso quanto ao seu futuro e é interessante conhecer esse lado fresco do personagem. 


Chewie, personagem tão querido quanto o protagonista a quem acompanha, ganha seu merecido destaque como se estivéssemos assistindo a um spin-off particular seu simultaneamente ao de Han. Sua história e de sua tribo/família (vale a ênfase para as duas palavras, como um easter-egg) são contadas e, embora não vejamos nenhum "baby wookie", já é impressionante o suficiente descobrir em quais situações os grandes amigos se conheceram e qual era o estado do grandalhão peludo na época.

Sua importância não para por aí: vemos Chewie em ação como membro da equipe, ajudando em lutas e fugas, mas sua colaboração com o filme fica mesmo por conta do desenvolvimento do personagem como melhor amigo de Han Solo, que surpreende com suas incríveis habilidades com o idioma wookie e a magnífica capacidade de se dar bem com uma criatura tão incompreendida como essa. Friendship goals.


Outros personagens acabam entrando para o apoio da história, e assim conhecemos Qi'ra, de Emilia Clark, Beckett, de Woody Herrelson, Val, de Thandie Newton e até mesmo seres de outras espécies, como Rio Durant, com voz de Jon Favreau, e droids como a incrível feminista e revolucionária L3,  dublada por Phoebe Waller-Bridge, assistente e amiga de Lando que com certeza marcou com excelência sua participação na história.

Qi'ra é, de longe, a que mais se desenvolve com Solo, e graças a sua presença podemos conhecer um outro lado do garanhão intergalático pré-Leia que, talvez, com a força de nosso ship involuntário pelo casal icônico dos anos 80, sequer tenhamos imaginado algum dia. Enquanto isso, temos ainda Paul Bettany como Dryden Vos trazendo aquele elemento que não pode faltar em nenhum filme da franquia: um ser do Império para desestabilizar a Força e a paz da narrativa. Isso sem contar a incrível participação surpresa de um grande personagem da trilogia prequel no fim do filme, para fechar com chave de ouro.


Mesmo com isso o filme acaba sendo bem diferente de tudo o que já vimos dentro do universo da franquia, o que não deixa de ser o grande objetivo desses filmes de Uma História Star Wars: mostrar outros tons da saga. Talvez a gente já tenha visto muito sobre Han Solo nos quatro filmes em que tivemos sua presença, mas talvez ainda não tenhamos visto nada e, este quinto, torna-se necessário para construir uma imagem mais profunda do personagem, longe de batalhas com sabre de luz, em uma época onde a Força ainda era uma mitologia distante para o rapaz.

Ainda com as batalhas de sabres substituídas por blasters, o filme é claramente parte dessa franquia consagrada, com efeitos visuais que não negam a quem pertencem e a grande maestria em misturar o bom CGI atual aos efeitos em estilo retrô já adorados pelos fãs, com grandes explosões e barulhos no vácuo. Arrisco dizer que a paleta de cores assemelha-se a de Rogue One, o que talvez possa ser o índice de uma marca registrada de Uma História Star Wars ou mera especulação de uma fã que não tem o que fazer: eu.


O roteiro também segue por uma tendência semelhante ao anterior: sendo colocado entre os episódios III e IV, ficamos presos, graças a cronologia, a uma sucessão de fatores que acabam se tornando previsíveis aos fãs, que já sabem todos os personagens que permanecem ou não na trama, mas isso não é um defeito. Toda a amarração é feita de forma muito delicada, seja para entregar personagens únicos e independentes que possam se desenvolver completamente em um único filme ou, até mesmo, para criar um ar que nos faça questionar se, no futuro, teremos mais filmes solos de Han Solo - perdão pelo infame trocadilho, mas não poderia faltar -, com um final aberto a diferentes interpretações e ainda pelo menos dez anos de materiais a serem explorados antes de pisar no território de Uma Nova Esperança. Pode me chamar de fangirl, mas quanto mais filmes quiserem mandar com o Han Solo de Alden, eu aceitarei com um sorriso no rosto e grande ansiedade.

O filme chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (24) e merece ser assistido. Se você não é fã de Star Wars e/ou nunca assistiu a um filme da saga, vá mesmo assim: talvez seja uma boa experiência conhecer um filme isolado de um dos maiores personagens da franquia e, quem sabe, seja o empurrão que te falta para fazer parte dessa incrível comunidade de fanáticos?

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