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You Drive Me Crazy fala sobre conforto, amor e artes em enredo aconchegante e realista


You Drive Me Crazy foi o mais recente mini drama da MBC, com seus quatro episódios transmitidos entre os dias 7 e 8 de maio pela emissora, na Coreia do Sul. Contou a história de dois personagens que são amigos há mais de oito anos, mas tiveram de enfrentar alguns problemas em seu relacionamento após dormirem juntos por uma noite, lançando uma guerra interior entre seus sentimentos um pelo outro.

Com esse laço a ser desamarrado ao longo dos pouquíssimos episódios, temos o conforto como tema central: afinal, será que vale a pena abrir mão de uma amizade tão aconchegante como essa para se arriscar um namoro, ainda mais com as experiências frustradas que já tiveram em suas vidas? É com esse dilema que veremos a construção de Eun Seong, um intérprete simultânea de Coreano-Francês que deixou seu emprego em uma agência para tornar-se freelancer e Kim Rae Wan, um pintor que tem passado por um grande bloqueio criativo e encontra dificuldade em contornar a situação.


No plano secundário temos Yoon Hee Nam, vocalista de uma banda indie que entra no cenário para mais um típico triângulo amoroso, afinal aparentemente todo drama coreano precisa de um, sejamos nós contra ou não, e uma mulher misteriosa, porém muito incrível que atua como bartender em um bar da região e é uma excelente conselheira e amiga para ambos os protagonistas dessa disputa entre romance e amizade, apesar de também estar ali como membro de um triângulo amoroso - que já está quase virando um retângulo.

Mas o drama não é só de romance e firulas de um casal de amigos que se transformou em um casal de apaixonados: com personagens em plena vida adulta, vemos o desenvolvimento profissional de Eun Seong, uma mulher forte e inteligente que decidiu se aventurar em um ramo mais difícil por acreditar em seu potencial e que, mesmo com as dificuldades encontradas em seu percurso, permanece firme e forte na luta para alcançar o seu sonho.


Sua profissão é exalada pela personagem a cada pequeno ato e ação da mesma. Interpretada por Lee Yoo Young, a vemos em seu ambiente de trabalho, traduzindo palestras e encontros do coreano para o francês e vice-versa, atuando, principalmente, com diretoras do cinema francês que vem divulgar seus trabalhos na Coreia do Sul e precisam de um intérprete para fazer a ponte com o público e demais profissionais que não falam seu idioma.

Como estudante do curso de Letras apaixonada por línguas estrangeiras, mas que pretende não optar pela licenciatura como profissão, poder experimentar, ainda que como mera telespectadora, um pouquinho da profissão de intérprete simultâneo conseguiu acender uma pequena faísca para um possível interesse em, algum dia, se arriscar em algo do tipo - até eu lembrar que sou uma pessoa completamente tímida que mal consegue perguntar o preço de algum produto no mercado e desistir de tudo o que acabou de passar pela minha cabeça.


Voltando a Eunseong, sua relação profissional com envolvidos do ramo cinematográfico é levado para casa quando, para traduzir e compreender com maior perfeição a pessoa com quem está trabalhando, precisa assistir aos filmes, e isso gera um certo grau metalinguístico para o drama que conversa, portanto, com outras produções audiovisuais que, em geral, são filmes francês de terror que Eunseong sempre arruma alguém para acompanhá-la durante o filme, gerando cenas como as da imagem acima, em que fica claro o que se passa na cabeça de Rae Wan - mas engana-se quem pensa que é só o medo do filme que está estampado em sua cara.

Ele, por sua vez, já é um pouco mais fechado que a garota, embora também seja um mulherengo de primeira classe. Conforme as coisas esquentam em sua amizade, sua personalidade esfria e vemos uma nova face desse rapaz interpretado pro Kim Sun Ho que, até então, parecia tão intocável, mas que quando você menos perceber ele já estará se oferecendo para passar delineador na protagonista em um mínimo gesto de respeito e afeição pela personagem. O modo como suas emoções e experiências de vidas são sentidas pelo homem é passado, ainda, para suas artes, que ganham papel importante no desenvolvimento da história.


As personagens de You Drive Me Crazy são redondas e profundas, do tipo que é interessante assistir analisando seus aspectos mais intrínsecos, e ver como elas se relacionam naturalmente entre si pode ser uma atividade muito divertida por se assemelhar com relações realistas, cotidianas dos telespectadores e é, portanto, o que torna You Drive Me Crazy esse show de conforto, diversão, drama e conhecimentos que tem feito tanto sucesso ao redor do mundo desde sua estreia na televisão coreana.

"Nossa, mas como dar conta de tudo isso em só quatro episódios que dão pouco mais de duas horas de drama?", confesso que pensei, e se alguém teve a mesma questão se passando em sua cabeça, pode tirar essa neura que a limitação de tempo não é nenhum problema para o desenrolar dessa narrativa. A única coisa em que sua curta duração atrapalha, me atrevo a dizer, é no fato de não termos mais episódios para acompanhar os personagens: a história fica bem fechada, sim, mas os personagens são tão incríveis que torna o drama extremamente confortável e fica aquele gostinho de "quero mais".

Então, se é conforto que você busca em uma história de amor que consegue se assemelhar com a realidade sem perder a graça romântica da ficção e narratividade sul-coreana, mas ainda apresentar em discussão elementos importantes como a amizade, o conforto, a vida profissional e a importância da arte como expressividade sentimental, vale a recomendação para curtir You Drive Me Crazy o mais rápido possível. 

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