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13 Reasons Why expõe as consequências em nova desesperadora temporada


"A vida é dividida em com a Hannah e depois da Hannah", eis uma frase que consegue definir bem o significado dessa segunda temporada para todos os personagens que foram deixados para trás com as consequências de suas ações. Após o suicídio de Hannah Baker, as fitas provam-se como apenas o começo de uma longa jornada não só de superação ou recuperação, mas de redefinição de suas vidas.

Hannah está presente na nova temporada como uma espécie de "fantasma", uma alucinação sentida apenas por Clay que vem não com o intuito de perturbá-lo e puxar seu pé durante a noite, mas de persuadi-lo a não desistir do que acha certo e permanecer na luta, não só para que ele não a esqueça, mas para que ele não deixe que sua história passe em branco.


Juridicamente encarando o caso, os demais personagens precisam depor e expor a verdade, o que não é uma tarefa fácil para muitos deles, seja por medo, receio ou simplesmente falta de compaixão pela falecida garota, sua família e amigos. Ao longo dos novos treze episódios iremos conhecendo melhor cada personagem, com a exposição de suas ambições e verdadeira personalidade, mas também aprenderemos mais sobre Hannah.

Temos, portanto, a quebra de uma imagem perfeita e imaculada de Hannah conforme sua personalidade e suas ações são reveladas pelos demais personagens da trama: ela não era a "vítima perfeita", mas isso não ameniza o fato de que ela foi sim uma vítima e colabora a colocar a garota em um cenário mais realista de adolescente problemática, que se divertia, que brincava, que ria, mas que também machucava aos outros e, por dentro, estava tão corrompida, com tantas dores e sofrimentos acumulados a ponto de interferir contra sua própria vida em um ato de desespero.


Clay, embora sendo o mais afetado por estar afetivamente ligado a garota, não é necessariamente o único destaque da temporada, uma vez que a série dá a oportunidade para outros personagens crescerem e aparecerem. Veremos mais de Tyler, Alex, Jessica e Zach, principalmente, e como suas dores estão sendo - ou não - curadas. Isso não significa que Clay vire plano de fundo: ele atua como uma espécie de "montador de quebra-cabeças" que está tentando reunir todas as chaves necessárias para resolver um difícil enigma.

No plano antagonista, temos o retorno de Bryce a cena e também nos é dada a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o personagem que é, sem dúvidas e com razão, o mais odiado de toda a série. Já sabemos de suas ações, narradas nas fitas deixadas por Hannah, mas como os próprios trailers da segunda temporada descreviam e já foi citado no texto, as fitas foram apenas o começo.


13 Reasons Why ainda tem muito o que mostrar e, mesmo saindo do conteúdo originalmente escrito no livro de Jay Asher, não se perde e toma uma forma impressionantemente profunda e surpreendente. Com uma construção de suspense e toda a narratividade emprestada de filmes/séries criminais e jurídicas, a série segue por tons sombrios e histórias aterrorizantes, mas ainda com a delicadeza adolescente que, em tais situações, apenas torna o enredo ainda mais drástico.

Há cenas que são difíceis de assistir, mas nada que supere a banheira da primeira temporada. Parece que a série começou a pisar em ovos após as grandes críticas recebidas por demasiada exposição em seu ano anterior, mas não ameniza o sofrimento de seus personagens ou estabelece um limite para a tensão que pode ser vivenciada por eles: cada dia é um novo teste de força e superação que, graças as excelentes atuações, o ódio, a tristeza, o sentimento de impotência e principalmente o desespero podem ser sentidos por quem assiste.


Com a série retornando ao foco de discussões, novamente é necessário lembrar e enfatizar que o suicídio não é uma opção: a história de Hannah está sendo contada por diversos ângulos para que vejamos não só como as ações dos outros a atingiram, mas como seus feitos também alcançaram as demais pessoas a sua volta. A segunda temporada parece mais preparada para isso, ciente das proporções tomadas, inserindo alertas e mensagens de apoio aos telespectadores no começo e fim dos episódios.

Deixa, ainda, um arco para uma provável terceira temporada, ainda não confirmada pela Netflix, dado a algumas portas que não pareceram devidamente fechadas mesmo no último episódio de seu segundo ano. Não aposto, entretanto, em um retorno de Hannah, mas em um enfoque central de, após encerrado seu julgamento, como será a superação e nova jornada dos demais personagens, ainda mentalmente instáveis pela perda e abalados por suas consequências. Será?

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