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Jurassic World: O Reino Ameaçado brinca com tons de terror e drama em excelente continuação


Com chegada nos cinemas brasileiros em 14 de junho, Jurassic World: O Reino Ameaçado, o novo filme dirigido por Juan Antonio Bayona, dá continuidade a nova trilogia de Jurassic Park ao apresentar, em 2018, as consequências e marcas que ainda persistem mesmo após três anos dos incidentes no novo parque e com um novo perigo a vista: a re-extinção dos últimos dinossauros sobreviventes da tragédia de 2015.

O principal ponto do filme é a dualidade humanos x dinossauros, quando coloca-se na mesa a questão de os humanos serem os únicos a poderem decidir sobre o futuro dos animais em dramático cenário de extinção, embora eles estivessem na Terra antes de nós. Entra em jogo os direitos dos animais e organizações protetoras, mas os únicos que realmente podem fazer algo por estes bichos são Claire e Owen, que retornam de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros.

Novos personagens entram em cena, enquanto outros não retornam do primeiro filme. Enquanto Owen segue com seu senso sarcástico de sobrevivência e a personagem de Claire cresce como "salvadora da vida dino" em perfeição badass (e, dessa vez, sem salto alto), conhecemos Franklin, que dá o novo alívio cômico a saga com sua personalidade amedrontada e estilo nerd, Dra. Zia Rodriguez, de personalidade forte e possuidora de uma grande admiração e respeito pelos dinossauros, e a jovem Maise, pequena em tamanho, mas imensa em coração. No time dos vilões, encaramos humanos egoístas e ambiciosos que desejam lucrar com a vida dos dinossauros e estarão dispostos a qualquer coisa por isso.


Como telespectador, o sentimento de impotência é grande, assim como o de incapacidade de tomar outro partido se não o dos dinossauros: não há como não simpatizar com estes, a beira de sofrer uma segunda extinção, mesmo quando estamos, teoricamente, do lado dos humanos, em posição de aparente impossibilidade de coexistência entre as espécies. O medo de algumas espécies, entretanto, não é absorvido, principalmente quando o mais novo híbrido destruidor entra em cena - mas o coração ainda bate mais forte com Blue, e tudo o que queremos é o bem estar dessa adorável velociraptor.

Quanto aos momentos compartilhados entre os seres, o ar do trailer não mente: o longa tem um aspecto de thriller, filme de terror ao estilo anos 80/90, e isso dá uma nova e muito intrigante cara a saga Jurassic, para positivo. A fotografia mais escura brinca com isso, mas o segredo para o sucesso está no jogo de luzes e sombras trabalhado em diversos pontos da trama, todos com exímia perfeição e sem apelar para o "susto hollywoodiano", apenas um bom e velho suspense de levantar os pelinhos do braço.

Nem por isso deixa de ser um excelente filme de aventura, quesito no qual supera, inclusive, seu antecedente. Com o novo parque já destruído após os acontecimentos da narrativa de 2015, o retorno ao local abandonado já é uma aventura muito maior, apenas por si, e o nível de estamina precisa estar bem elevado para não só sobreviver dos dinossauros, mas resgatá-los em meio a um cenário apocalíptico de pré-catástrofe natural com a erupção iminente de um vulcão classificado como ativo. Há alguns momentos absurdos na mistura aventura-terror, mas de filme de ficção tudo é esperado e perdoável. 


O filme se apoia, ainda, em alguns fatos e acontecimentos da trilogia original dos anos 90, e faz questão de contextualizar tudo para refrescar a memória dos espectadores ou dar um puxãozinho de orelha naqueles que ainda não viram os primeiros filmes. Com participações, citações e alguns flashes do parque original, respeita e enaltece o seu passado, mas não deixa de lado a principal questão: o presente. O futuro, por sua vez, fica a ser discutido no próximo filme, com um arco excelente a ser explorado, embora o nível de ficção tenha subido consideravelmente com as possíveis abordagens para a terceira produção da franquia que, paradoxalmente, quanto mais se aproxima da vida real, mais se afasta da mesma.

Reino Ameaçado chega a introduzir as espécies aquáticas, conforme já era esperado, mas não se aprofunda no assunto: a trama não dá espaço para isso e, se tivesse tentado encaixar, talvez muitas pontas teriam ficado soltas e os devidos focos não seriam tomados, o que pode ter sido bom, contanto que em algum filme do futuro sejamos permitidos a observar de perto quais são as espécies escondidas no fundo do mar. Se isso será ou não possibilitado no próximo filme, só descobriremos em 2012, e ainda tem chão até lá.

Por enquanto, vale a pena (re)visitar o cinema para conferir o segundo filme da franquia e, até mesmo, reviver o primeiro que encontra-se disponível na Netflix. Jurassic Park foi uma trilogia excelente, e suas novas produções em formato de revival tem demonstrado semelhante qualidade, principalmente considerando as novas ambientações e problemas sociais que marcam subjetivamente o filme, seja nas questões existenciais, científicas, religiosas ou até mesmo familiares: fantasia, ficção científica, terror, suspense e drama em um único lugar, com tudo na dosagem perfeita para fazer de Jurassic World: O Reino Ameaçado um ótimo filme 

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