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O Zoológico de Varsóvia: uma história real sobre humanidade em tempos de horror


Filmes ambientados na Segunda Guerra Mundial são sempre emocionantes, ainda mais quando inspirados em acontecimentos reais: dirigido pela incrível Niki Caro, este filme de 2017 nos leva a um zoológico na Polônia sob domínio alemão que escondia a história do casal Jan e Antonina Zabinski, responsáveis por salvarem a vida de mais de 300 judeus durante a opressão nazista, abrigando-os em seu zoológico que continua aberto até hoje.

Já conhecemos muitas histórias sobre esse período, mas esta foi a primeira vez em que, além do sofrimento humano, vi um filme retratar também o modo como a guerra atingiu os animais - e como isso é extremamente doloroso -, mesmo que o zoológico, na verdade, acabe se tornando apenas um plano de fundo para mais uma delicada história de anjos humanos que cumpriram sua missão na Terra.


Logo nos primeiros minutos do filme os animais já perdem seu papel central na narrativa (não antes de nos fazerem chorar, claro), mas uma relação humanos x selvagens continua a ser muito forte, metaforicamente falando, quando os judeus, tratados como os piores dos animais pelos nazistas, precisam passar por situações nada convencionais para garantirem sua sobrevivência, incluindo viverem às escuras e enjaulados.

A importância dos animais continua a se fazer presente em alguns momentos do filme quando, graças a esses personagens ditos como irracionais, muitos outros conseguem se desenvolver e enfrentar com mais força um novo começo para suas vidas. Antonina, personagem de Jessica Chastain, é a chave que conecta todos esses elementos.


Não é a toa que o nome original do filme seja "A Esposa do Zelador do Zoológico": o homem pode até ser quem fazia o trabalho braçal de levar as pessoas a surdina para dentro do ambiente seguro, mas quem fazia a restauração emocional e trazia de volta a vitalidade e a esperança dessas pessoas era ela, Antonina. A força de uma mulher é algo inestimável. De uma mãe, então?!

É inspirador vê-la relacionar-se fraternalmente, de igual para igual, com qualquer pessoa que cruze o seu caminho precisando de uma mão. Sua gentiliza é infinita, regada pelos mais belos sentimentos do cristianismo, da sororidade, do amor ao próximo, do respeito. Colocando-se sempre no lugar do outro, com as necessidades dos mais desesperados sempre acima das suas, por mais que a situação também não esteja das melhores para ela, que luta contra uma lei tendenciosa e cruel.


Toda essa crueldade é muito evidente no filme, com um excelente trabalho de fotografia com apelo emocional, além da seleção de cenas que optam pelo choque, pela força da comoção. Não é um longa fácil de se engolir, e dentro de uma temática com tantas outras produções já realizadas ao longo das últimas décadas, é deste toque agridoce que nós gostamos: de chorar, de sentir agonia, de se desesperar pelos personagens, mas de saber que, no fim, as coisas vão melhorar.

São filmes como O Zoológico de Varsóvia que reativam sensores humanos dentro de nós que, muitas vezes, por seja lá qual motivo, acabam sendo esquecidos embaixo do travesseiro. O estômago pode doer e se revirar com o impacto que este filme traz, mas a sensação de "ei, o mundo tem salvação" que fica compensa todo e qualquer incômodo que o filme possa ter causado.

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