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Minha Vida em Marte é mais do que uma ótima comédia, mas uma lição de amor e libertação


Minha Vida em Marte chegou aos cinemas na quinta-feira de Natal estrelando Paulo Gustavo (Minha Mãe é uma Peça) e Mônica Martelli (Saia Justa) em uma sequência da comédia romântica Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou (2014), mas com um tema muito mais forte que o primeiro:

Se no longa de 2014 acompanhamos a jornada de Fernanda à descoberta de um amor à beira dos 40 anos de idade, este novo longa apresenta a mesma personagem, agora oito anos mais velha, vivendo as dificuldades de um casamento que já não dá certo. Com a ajuda de seu amigo e colega de trabalho, Aníbal, dá início em um pedido de divórcio e tenta recomeçar sua vida, assunto que ainda é um tabu para muitas mulheres que se veem presas em relacionamentos que passaram do prazo de validade.


Infelizmente nem todas as pessoas que passam por esse momento de infelicidade terão o mesmo apoio financeiro que Fernanda teve a ponto de poder bancar viagens de última hora a Nova York, mas todas as belezas do cenário exterior não passam de um cenário midiático para dar palco a verdadeira mensagem por trás de tudo isso: a importância de estar acompanhada de uma boa amizade durante os bons e maus momentos.

Dessa forma, estão apresentadas as duas narrativas que se encontram ao longo do filme: a libertação feminina, quando o divórcio é a única saída para a devolução para o seu estar mental e social, e a manifestação de amor por outra forma se não a romântica, quando um amigo de verdade é tudo o que precisamos para nos recompor de uma queda brusca.


Fernanda está emocionalmente destruída, confusa sobre seus próprios sentimentos e sobre sua própria personalidade, sofrendo ainda com as crises de uma terceira idade iminente, e o filme trabalha bem os altos e baixos da personagem ao apresentar de forma bastante justa o quanto a mulher sofre, sem romantizações de um amor perfeito e eterno que ficam para os clássicos da Disney, mas também o quão forte uma mulher é e o quanto ela pode crescer e amadurecer mesmo em uma idade já mais avançada, apenas por aceitar se libertar de algo que lhe faz mal, por mais difícil que seja no início.

Mas longe de chororô: embora estes assuntos podem parecer (e sejam!) bem tristes, o filme lida com a trama de forma bem divertida - afinal, é uma boa comédia nacional. Muito do humor da trama se dá pela personalidade espontânea e livre de Aníbal, homossexual assumido, assim como seu intérprete, muito bem casado desde 2015. As falas do roteiro são boas, mas tornam-se ótimas graças ao tom que somente Paulo Gustavo poderia entregar.


Sua química com Mônica Martelli é um show a parte: tudo soa de forma tão natural entre os amigos que muitas vezes me perguntava se eles realmente estavam seguindo um roteiro um improvisando o texto. Em um filme sobre amizade, é importantíssimo que os atores saibam trabalhar a interatividade e intimidade que uma dupla possui, e isso foi realizado com enorme perfeição. Piadas sobre pum, provocações quanto a idade e revelações extremamente íntimas de suas vidas pessoais regam essa amizade repleta de risadas e alegrias que contagiam o público.

Assim, Minha Vida em Marte cumpre com seus dois objetivos iniciais: entregar uma boa mensagem sobre libertação e amizade, mas fazê-lo de forma cômica e fluída, de modo que seus espectadores se divertam, mas também reflitam sobre assuntos mais sérios com uma visão positivista de que as coisas podem melhorar: basta você aceitar o desafio. 


Minha Vida em Marte está em cartaz nos cinemas.

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