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Stranger Things e o monstro da puberdade


Foi lançada na última quinta-feira (04) a terceira temporada de Stranger Things, uma das mais aclamadas séries originais da Netflix, e embora repleta de criaturas imensos, pessoas possuídas e russos inimigos, o maior monstro enfrentando ao longo dos oito novos episódios foi o da puberdade.

Com sua primeira temporada lançada em julho de 2016, acompanhamos ao longo destes três anos o crescimento dos personagens que tinham por volta de seus doze anos na abertura da série, ainda transitando entre a infância e a adolescência, enquanto atingem os 14 anos nos mais recentes episódios.  

Nos primeiros momentos da temporada, antes da real aparição do Devorador de Mentes, a tensão já estava implacável entre os amigos, com divergências e desentendimentos que começavam a aflorar e a distanciá-los.


Neste cenário, Mike e Eleven estavam cada vez mais distantes do demais do grupo, uma vez que começaram a namorar desde os acontecimentos da segunda temporada e, agora, tudo o que queriam era ficarem se beijando e aproveitando esse início de relacionamento a sós, sem consciência de que a escolha talvez não fosse tão saudável assim. Lucas e Max também estão namorando, embora sejam menos dependentes um do outro.

Enquanto isso, Dustin estava em um acampamento de férias e acabou se afastando dos demais, não acompanhando essas novas interações que permeiam o grupo. Quando voltou, ver as diferenças foi um grande choque, nada agradável para ele - embora também tivesse a sua namorada, Suzie, à distância.

Will acaba ficando para trás nessa nova conta: depois de ter passado por grandes traumas nas últimas temporadas, que já o mudaram e testaram seus limites, tudo o que ele quer agora é um pouco de paz, voltar a sua rotina normal de jogar D&D com os amigos no porão até tarde da noite, mas com todos ocupados com novos afazeres, acaba ficando de lado e não tem lidado muito bem com isso.


Esse conjunto de divergências entre os personagens deste núcleo acaba causando um dissolvimento, quando Eleven e Max se unem por serem garotas, Will e Lucas se unem por terem sido dispensados por suas namoradas, Dustin passa a andar com Steve após se decepcionar com a nova cara do grupo e Will acaba isolado. E nem mesmo os adolescentes se salvam: na passagem para a vida adulta, os personagens Steve, Nancy e Jonathan também enfrentam seus próprios dilemas.

Mesmo separados, os personagens continuam a se desenvolver conforme o andar da história, desvendando cada qual uma peça do quebra-cabeça e, eventualmente, unindo forças mais uma vez para ver a grande imagem. Apesar das mudanças,  esse choque de realidade os ajuda a perceber que o mundo é maior que suas diferenças e, se quiserem sobreviver, precisarão deixar isso de lado e se unirem pelo bem maior.

Nessa reunião, suas diferenças não se tornam menores ou invisíveis como poderia ser em uma visão romantizada da puberdade, mas essenciais: cada qual ao seu jeito, com suas peculiaridades, traz um elemento que será de intrínseca importância para salvarem a si mesmos e a cidade de Hawkins mais uma vez. A diferença faz a força, e precisaram do monstro da puberdade para descobrirem isso. 

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