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Queer Eye dá lição de amor próprio e respeito cultural em temporada no Japão


Queer Eye está no ar desde fevereiro de 2018 pela Netflix, com grandes e emocionantes histórias de superação e transformação, mas acabou de atualizar suas definições de autoestima e amor próprio com a mais recente e multicultural temporada especial gravada no Japão.

Enquanto as temporadas anteriores costumam ter oito episódios, Queer Eye: Luz, Câmera, Japão! foi reduzido pela metade. O esquema, entretanto, segue o mesmo: os já conhecidos Cinco Fabulosos vão ao encontro de quatro japoneses que precisam de sua ajuda para reconhecerem a si mesmos.


A Princesa Japonesa
Yoko tem um enorme coração e transformou sua casa em um lar de idosos. Embora seja excelente em cuidar dos outros, acaba se negligenciando e, segundo o ditado japonês, desistiu de ser uma mulher. 

Louco de Amor
Kan é um jovem gay que não se sente bem em seu próprio país. Seu namorado britânico está prestes a visitá-lo e conhecer sua família, e ele precisa de uma ajuda para se aceitar e se assumir. 


A Mulher Ideal
Kae ainda sofre com as consequências do bullying que sofreu na infância, mas sua baixa autoestima está afetando seu relacionamento com sua mãe e o seu trabalho de mangaka.

Voltando a Ser Sexy
Makoto se casou há sete anos, mas o relacionamento esfriou e, pela timidez, não sabe o que fazer para se reaproximar de sua amada — com a ajuda dos Cinco Fabulosos, a mudança virá de dentro. 


Como já conhecido de Queer Eye, ao longo de cada episódio os cinco especialistas trabalham a transformação do participante, sempre uma pessoa comum que está lidando com baixa autoestima e precisa de uma forcinha para se aceitar e poder ser feliz.

Tudo, entretanto, é feito de forma muito delicada, trabalhando não só o exterior da pessoa, com novas roupas e penteados, mas também em seu interior, estimulando-a ao amor próprio e a aceitação pessoal, e a nível ambiental, reformando sua casa/quarto para que o espaço tenha mais a sua cara.


Como diz Tan, o especialista em moda, ele pode mudar a aparência da pessoa e transformá-la na boneca mais linda, mas nada disso terá importância se ela não estiver se sentindo bem consigo mesma. A mudança precisa ser de dentro para fora: ao mudar como nos sentimos em relação a nós mesmos, mudamos a forma como os outros nos veem.

É incrível acompanhar como essa mensagem não é só um amontoado de palavras bonitas, mas de ações que se comprovam na prática, com o sorriso dos participantes crescendo ao longo dos episódios, conforme vão aprendendo a se amarem, a se aceitarem e a se sentirem bonitos. Toda essa onda de positividade também é passada para o espectador, que se sente motivado a seguir pelo mesmo caminho.


Em relação às temporadas anteriores, este especial de Queer Eye trabalha ainda com barreiras linguísticas e culturais, o que poderia ter tornado a trama menos emocionante, mas só deu ainda mais valor às histórias e a importância dos Cinco Fabulosos na vida destas pessoas, com suas aulas sobre amor, diálogo e aceitação.

Em uma cultura fechada, machista e heteronormativa, Luz, Câmera, Japão! bate de frente com tabus sociais e convence uma senhora de 50 anos que ela ainda é uma mulher, permite a uma jovem "acima do peso" a amar suas curvas, influencia um gay a se aceitar para ser aceito e convida um homem tímido a tomar atitudes pela primeira vez na vida.


Tudo isso é feito com muito respeito: é perceptível como os Cinco Fabulosos tomam o devido cuidado para não forçarem os limites do participante, permitindo-os o seu próprio tempo para crescerem, ainda que a passos lentos. Preza-se, ainda, pelas diferenças culturais, ao não colocarem suas culturas ocidentais acima das tradições orientais, mas sem deixarem de ser quem são.

Neste sentido, teremos Cinco Fabulosos um pouco mais recatados, mas ainda abraçando e sendo abraçados com uma intimidade e confiança que vai sendo construída ao longo dos poucos dias em que se relacionam com essas pessoas, mas as tocam profundamente. Em troca, aprendem sobre a cultura japonesa e tradições locais, quais são muito bem recebidas pelo quinteto.


Neste quesito cultural, contam com a ajuda de duas celebridades japonesas, a modelo Kiko Mizuhara e a comediante Naomi Watanabe, que contam suas experiências como cidadãs japonesas, e ajudam-os a entender mais sobre a cultura local, de modo que possam compreender, também, tudo o que há por trás do comportamento dos participantes.

As barreiras linguísticas são quebradas por Lena, a tradutora simultânea que os acompanhou ao longo de todos os quatro episódios — e também teve seu papel na transformação da vida dessas pessoas. Ao final do primeiro episódio, Lena, que só fica nos bastidores, é apresentada ao público, e é incrível a valorização dada pela produção de Queer Eye a uma figura tão essencial para um programa internacional.


Entretanto, como Karamo diz em uma entrevista ao USA Today, a linguagem nem sempre se faz necessária. "Felizmente, com minhas habilidades, eu era capaz de ler a linguagem corporal. Eu era realmente capaz de me conectar e você podia ver o avanço emocional que as pessoas estavam tendo", comenta o especialista cultural. E a própria Yoko, primeira participante, confirma em seu episódio.

A linguagem não foi uma barreira para que os Cinco Fabulosos, tampouco a diferença cultural. Queer Eye: Luz, Câmera, Japão! entregou uma temporada repleta de transformações e ensinamentos inspiradores que serão levados para a vida, de forma emocionante e sem deixar de lado o bom-humor usual do quinteto querido — que já aguardamos para a quinta temporada, prevista para 2020.

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