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Lara Jean, queria tê-la conhecido na adolescência

Lara Jean, queria tê-la conhecido na adolescência

Depois de três livros e três filmes da franquia Para Todos os Garotos, posso afirmar com todas as palavras: Lara Jean é a minha protagonista preferida das comédias românticas e eu queria muito tê-la conhecido quando era adolescente. Se na vida adulta este filme já me tocou de tal jeito, imagino como a eu de 15 anos teria se sentido ao ver uma personagem como ela.

Minha relação com a Lara Jean começa no seu romantismo inocente: sonhadora além da conta, gostaria que sua vida fosse como nos filmes e livros que consome, tendo suas concepções de o que é um amor ideal baseado em histórias que só existem no ramo da ficção. Enquanto a maioria das garotas dos filmes vivem namoros repletos de beijos sensuais demais para a faixa etária, para Lara Jean, colocar a mão no bolso da calça é um passo e tanto para um relacionamento.

Lara Jean, queria tê-la conhecido na adolescência

Toda a pegação de filmes e séries adolescentes é, sim, uma representação da realidade, mas e a realidade daquelas garotas que gostam de algo mais puro, que esperam pelo momento certo e que não gostam de se envolver fisicamente com alguém se não houver uma conexão emocional? A maioria dessas garotas só apareciam nos filmes como alívio cômico ou menininhas frágeis que só vão ser felizes se passarem por uma transformação sexy. Lara Jean, não. 

Lara Jean é a fofura em pessoa. De suas vestimentas à forma com a qual se relaciona com as pessoas ou como expressa seus sentimentos, LJ esbanja pureza. Muitos podem achar seu jeito de ser cafona ou até mesmo ultrapassado ("brega", nas palavras de sua moderna irmãzinha Kitty), mas Lara Jean é tudo o que eu queria ter visto para não me sentir tão deslocada por não ser a adolescente festeira que as demais produções hollywoodianas cobravam que eu fosse. 

Lara Jean, queria tê-la conhecido na adolescência

Me escorei por anos em personagens secundárias: até podia desejar ser a Mia ou a Roberta, da novela Rebelde, mas sempre foi tão óbvio que eu era a Lupita. A que ninguém queria ser porque seus relacionamentos românticos eram chatos, porque ela colocava sua família acima da diversão, porque ela gostava de seguir as regras. Porque ela era a garota certinha que, de alguma forma, a mídia nos ensinou que era o jeito errado de ser uma garota. Que pecado ficar em casa lendo em vez de ir para baladas!

Não me lembro de nenhuma protagonista assim nas produções ocidentais que acompanhei durante a infância e começo da adolescência. Quem iria querer assistir a um filme com uma protagonista chata, não é mesmo? Bom, eu queria. Talvez, por isso, tenha me apaixonado tanto pelos k-dramas, as novelas coreanas, lá por volta dos meus catorze anos de idade. Ver aqueles romances escolares inocentes, surtando apenas com um toque de mãos entre o casal principal que nunca se beijava — ou, no máximo, trocava um selinho no último episódio — fazia eu me sentir muito mais acolhida que a ousadia de Malhação, Gossip Girl e outras coisas que as pessoas ao meu redor consumiam.

Se Lara Jean tivesse existido na minha adolescência, teria me sentido menos errada.

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