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It Girl: nós só queremos ser populares


It Girl, romance de estreia de Katy Birchall, foi lançado no Brasil em março de 2018 pela Rocco Jovens Leitores, selo juvenil da Editora Rocco, com tradução de Viviane Diniz e edição em capa dura. Com o subtítulo de "Como me tornei acidentalmente a garota mais popular da escola", já descreve muito sobre o que a trama irá abordar: o desejo velado de sermos populares

Na história, Anastasia Huntley, ou Anna, é a típica garota nerd, tímida e desajeitada que até tem alguns amigos - e um cachorro, por quem é levemente obcecada -, mas não chega nada perto de  ser popular. Embora sempre tenha dito não se importar muito com seu status social, é perceptível como a própria mal fazia ideia do quanto desejava ser famosa.

Quando um acidente acontece na escola e Anna queima parte do cabelo de Josie Graham, a segunda garota mais popular do colégio, suas preocupações não estão com a possibilidade da garota ter se ferido ou com os gritos que terá ouvir do diretor ou de seu pai, mas com o que as pessoas dirão sobre isso


Para Anna, a opinião pública é o mais importante: o que vão dizer sobre ter queimado o cabelo de outra pessoa? O que vão achar dela ir sozinha ao baile? O que irão pensar sobre ela quando as pessoas descobrirem que seu pai, um jornalista nada interessante, está namorando a popular e premiada atriz Helena Montaine? 

O último caso é a gota d'água para a garota: como se não bastasse ter se tornado o centro das atenções na escola, a mídia nacional está em cima de si agora que está prestes a entrar para o mundo da fama. Perseguida por jornalistas e paparazzis, Anna está prestes a surtar - mas as coisas não parecem tão ruins assim quando o pessoal popular da escola passa a se aproximar dela.

São preocupações que podem parecer bobas, mas significam muito para uma pré-adolescente que, até então, havia vivido nas sombras e, do nada, vai parar nos holofotes e não sabe lidar com isso. Enquanto tenta dar as melhores respostas para "parecer bem", acaba se esquecendo do mais importante: seus verdadeiros amigos, aqueles que sempre estiveram ao seu lado independente de ser uma it girl ou uma geek desconhecida. 


Enquanto dá atenção ao time dos populares, com uma inocência grande demais para perceber as segundas intenções de seus novos "amigos", passa a subestimar e desprezar aqueles que verdadeiramente se importam com ela, magoando-os sem sequer imaginar as consequências de seus atos.

É preciso ressaltar, entretanto, que Anna é muito jovem e tudo o que aconteceu em sua vida foi muito repentino: é fácil para um leitor mais velho condená-la e criticar suas atitudes, mas na mente de uma criança assustada torna-se compreensível a partir do momento em que ela percebe o erro de suas ações e tenta corrigir.

Anna, no auge de sua passagem da infância para a adolescência, com um total de zero referências reais jovens garotas em quem se espalhar, sofre do mal que é imposto em nossas cabeças desde cedo, por meio de filmes e livros sobre popularidade escolar ser o caminho para tornar-se alguém bem-sucedido.


Isso está tão impregnado nas narrativas juvenis que acabamos engolidos por essa ideia sem questioná-la, sem ver até onde isso pode ser um estímulo para sermos seres mais sociáveis e onde começa a se tornar prejudicial para a saúde mental de nossos jovens e até mesmo de adultos, quando medimos nosso sucesso em quantidade, e não em qualidade. 

Afinal de contas, nós só queremos ser populares e está tudo bem em buscar atingir este status, contanto que o percurso seja bem aproveitado e tenhamos nosso bem estar como prioridade. O que falta são mais narrativas que mostrem este caminho, com seus erros e acertos, assim como mostrado em It Girl, para aprendermos desde cedo ser popular é legal, mas há coisas mais importantes na vida - como dar valor àqueles que nos apoiam e aprendermos a apoiarmos a nós mesmos, do jeitinho que nós somos, pois não há nada de errado em ser uma geek desajeitada se você for feliz assim.

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