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PomPoko, A Revolução dos Bichos do Studio Ghibli

PomPoko, A Revolução dos Bichos do Studio Ghibli

PomPoko - A Grande Batalha dos Guaxinins (平成狸合戦ぽんぽこ), dirigido por Isao Takahata, é um dos grandes filmes do Studio Ghibli. Com uma mistura de aventura e fantasia, a narrativa traz uma forte crítica ambientalista com a luta dos protagonistas, guaxinins metamorfos, contra a destruição de seu habitat natural, dada pelo desenvolvimento urbano do Japão. 

Neste sentido, a história lembra em muito o grande livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, com a revolta dos animais contra os humanos e sua síndrome de superioridade. O que as animações falharam em adaptar do livro, Isao Takahata acertou em cheio com sua surreal, livre e não-confirmada interpretação, mas impossível de não saltar os olhos a quem possui as referências.

PomPoko, A Revolução dos Bichos do Studio Ghibli

Na trama japonesa conhecemos um grupo de tanukis, espécie de cão-guaxinim asiático, que lutam por sua sobrevivência contra os avanços urbanos em meio a floresta, dos anos 60 aos 90. Com seus recursos cada vez mais escassos, a resistência tanuki começa a firmar os passos contra a força trabalhista que se aproxima, sem se importar em usar violência contra os humanos que pisam em sua terra, mas nem todos concordam com isso e o grupo começa a se dissipar, cada qual usando sua própria abordagem de batalha, mas todos falhando miseravelmente. 

Ao mesmo tempo em que lutam contra os duas pernas, como chamam os humanos, os tanukis também vão se humanizando, aprendendo sobre desenvolvimento, publicidade e até se rendendo aos encantos de alguns de seus feitios, de roupas e pizza à incontrolável paixão pela televisão, mas passando ainda pela onda de criação de disputas internas por poder em vez de se unirem pelo objetivo comum do povo. Além disso, os tanukis passam a maior parte de seu tempo andando com apenas duas patas, e alguns até gostam de ostentar sua humanização, preferindo-a a sua pele verdadeira. Eles dizem odiar os humanos, mas nem por isso deixam de imitá-los, em uma hipocrisia extremamente humanizada.

PomPoko, A Revolução dos Bichos do Studio Ghibli

Tais pautas também estão presentes em A Revolução dos Bichos, quando Orwell usa animais de uma fazenda para descrever como os oprimidos são facilmente influenciáveis a se tornarem opressores quando lhes é dada a oportunidade, com abuso de poder e perda de valores em nome do indivíduo, que supera o grupo em importância. No cada um por si, entretanto, todos saem perdendo. Quando unidos, entretanto, prevalecem. 

A comédia dramática de Isao Takahata, tal como grande parte de sua obra, é mais voltada para o público adulto não só por seu forte cunho político em crítica socioambientalista, mas pela forma pesada e realista como o tema é apresentado, não poupando cenas chocantes e, por vezes, impróprias para as crianças menores.

PomPoko, A Revolução dos Bichos do Studio Ghibli

Com tanta profundidade em sua narrativa, é nítido que a obra será melhor aproveitada por aqueles que conseguirem interpretar seus ideais, embora revestidos em fantasia e personagens animais, pontos mais próximos da realidade infantil e que podem ser utilizados para começar a introduzir esses debates no dia a dia da criança que, no futuro, poderá aprofundá-los na leitura de A Revolução dos Bichos.

PomPoko - A Grande Batalha dos Guaxinins está disponível na Netflix, embora infelizmente sem opção dublada. A grande obra de George Orwell  pode ser encontrada a venda na Amazon, com publicação pela Companhia das Letras em ambas versão regular em prosa ou na adaptação em quadrinhos por Odyr.

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