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Tigertail: um filme sobre escolhas e (in)felicidade


Chegou à Netflix em 10 de abril de 2020 o filme Tigertail, com roteiro e direção do premiado Alan Yang, conhecido principalmente como co-criador da comédia dramática Master of None, também para a plataforma de streaming. Os relatos escolhas e (in)felicidade de seu novo filme, entretanto, são muito mais pessoais.

Passado em três décadas diferentes, Tingertail acompanha a história de Pin Jui, um taiwanês que passou tempos difíceis em sua infância e juventude até surgir a oportunidade de ir aos Estados Unidos em busca de melhores condições de vida — ainda que isso significasse deixar sua amada Yuen para trás. 


O filme não segue uma linearidade temporal, mas mescla entre os acontecimentos, prezando pelo suspense e a deixar que o espectador crie suas próprias teorias e expectativas sobre o passado e futuro do protagonista. Como é um filme de poucas ações e mais sentimentalismo, essa narrativa fragmentada também colabora a dar mais dinamicidade a Tigertail.

O principal ponto do roteiro é conscientizar sobre o impacto a longo prazo de nossas escolhas. De como uma atitude imprudente pode acarretar em desastres maiores. De como um deslize ético pensando na nossa felicidade material pode se transformar na mais profunda infelicidade como ser emocional.


Ao perceber, entretanto, já pode ser tarde demais: ao contrário de um jogo que pode ser reiniciado, a vida não possibilita retornos. E o peso de um "e se?" pode ser maior do que se imaginaria. Tal como Pin Jui, não podemos mudar o passado, mas podemos mudar nossas atitudes presentes para, ao menos, poder garantir a possibilidade de um amanhã melhor.

Mas o choque de realidade em Tigertail é ainda maior ao, no plano de fundo, abordar assuntos políticos como os anos 50 em Taiwan, sob domínio do Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês) e suas opressões com o povo local, forçando seu idioma e cultura na região. Os idiomas, aliás, são extremamente importantes no longa: falado em inglês, mandarim e taiwanês, explicita o poder da linguagem, que pode tanto libertar quanto reprimir.


O filme também não deixa de lado questões culturais como relacionamentos familiares e, em entrevista, Alan Yang confessa a inspiração em suas próprias vivências: "É uma experiência bastante comum os pais asiáticos serem quietos, reservados e taciturnos", o que é visto em duas gerações do filme. Ele continua:

"Para mim, fazer o filme me aproximou dos meus pais, francamente. Nem sempre tivemos o relacionamento mais aberto. E acho que parte disso é por causa da educação deles e da maneira como eles me criaram. Fazer perguntas sobre o filme foi uma ótima maneira de realmente aprender mais sobre eles. Acabei viajando para Taiwan com meu pai, e isso foi tão inspirador e influente no filme. Muito parecido com Angela, a filha no filme, eu não tinha voltado para Taiwan desde os sete anos. Apenas o olhar no rosto dele e vendo como ele interagia com as pessoas e a maneira como ele falava taiwanês com taxistas - aquilo realmente cristalizou o que o filme poderia significar aos meus olhos."


O longa traz, ainda, a presença da música e de como, mesmo sem saber, esta influencia em nossa felicidade. Para saber mais sobre o tema, clique aqui e leia o artigo "Música, a trilha sonora da felicidade: uma visão da vida real em Tigertail" e reflita sobre o papel que a música tem na sua vida.

Com tantos temas significantes intrínsecos em seu enredo, abraçado por uma narrativa dinâmica e de sensibilidade ímpar, Tigertail é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes que a Netflix já produziu — e vale a pena conferir essa obra de arte de Alan Yang e grande elenco.

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